“Os dias correm iguais
aos dias que vão distantes!”
Veio-lhe esta frase à ideia. Não lembra quem a disse, ou escreveu: É memória antiga, de mais de noventa anos. Lembra-se de sempre a ter tido!
Agora, nos seus noventa e nove anos, olha as imagens do noticiário, na televisão, sobre o terramoto e maremoto na Ásia e a frase assalta-lhe o pensamento.
É bem verdade que os dias correm iguais quando não há perdas, mortes, desgostos arrasadores, tragédias como esta.
Os dias não correm agora iguais para as pessoas em todo o mundo. Principalmente as de lá, mas também muitas de outros pontos do globo que perderam familiares na catástrofe. Tão pouco para os que nada perderam directamente, como ele, mas que olha, observa e sente uma profunda dor por tantas vidas ceifadas, tanta destruição, tanto sofrimento!
Ao seu lado, ou outros internados na instituição, choram. Abertamente as mulheres. Os homens fungam, assoam-se ruidosamente tentando disfarçar a comoção.Ele não. Dói-lhe a alma. Tem uma dor constante no peito, mas não chora lágrimas dos olhos. Chora na alma.
6 comentários:
Como diz uma musica da Mafalda Veiga.."não percas tempo, o tempo corre...só quando dói é devagar..." ...enfim... **
Minha amiga... o que dizer??? Mesmo não compreendendo bem os caminhos de Deus... sei que esse é um meio de restituirmos o que lhes roubamos. Hj, o mundo todo está mobilizado para "devolver" a eles, o que lhes foi tirado pelos anos de exploração. São as linhas tortas...
`´É LANA...qnd doi vai bem devagar. Pra doer + ou pq +doi?
Bjs e ;))
B'dia FABI :) São linhas mtº tortas de facto, mas se a humanidade (TODOS nós) aprender algo +...Bjs e ;)
Quem vive situações como esta começa a dar o devido valor ao facto dos dias serem todos mais ou menos iguais...
Miss Kafka - foi exactamente esse o sentir de partida deste pequeno texto. Bjs e ;)
Enviar um comentário