31 agosto 2006

O estado português e os cidadãos

....assim vamos.
Aparentemente tranquilos e pacíficos....
Escoando,escoando sempre...ATÉ????

28 agosto 2006

TEXTOS DE ONTEM E DE SEMPRE – I (VIVER)


É como uma sombra. Sempre à minha frente.

Não é uma “sombra”, com a natureza reconhecida das sombras.


Esta é transparente.

Invisível mesmo.

Sinto-lhe a presença porque, como predadora, aguarda o meu próximo movimento, o passo seguinte e antecipa-se.

Esbarro em portas fechadas. Que se não (me) abrem.

Nunca! (ou assim o sinto).

Sinto-a então a meu lado. Sem gaúdio nem escárnio. Parece até não retirar qualquer prazer do jogo de gato e rato que comigo joga.

Sinto, ouço-lhe ecos de pensamentos.

Poderei dizer que me parecem algo tristes e até fatalistas quando afinal a sua acção prévia de fechar todas as portas, janelas, clarabóias, alçapões até, só a mim prejudica e transmite, ou poderia transmitir, uma sensação de frustração.

Isto de bater constantemente a portas que recusam abrir-se – nem sequer um olho espreita pelo óculo...nada de nada, nenhuma resposta.

Portas fechadas.

Como muros do mais sólido material que imaginar possamos – causa desgaste, desmotiva. Frustra.

Mas lá volto à análise da acção, do movimento, das possíveis causa e recomeço.

Parto para provável nova batida de cabeça contra invisíveis e insensíveis muros.

Mesmo os de carne e osso onde o sangue corre, vivo e quente.


Mas continuemos o jogo.

Talvez me queira dizer que é outro o caminho...

Veremos até onde vamos e onde chegarei.

*********- Persisto. Sempre persistirei.

************- Não sei ser de outra maneira.

Em tempo: ontem a imagem não entrava.


24 agosto 2006

CARTA ABERTA AOS AMIGOS


Amigos estranham-me.

Perguntam-me por onde ando..., onde estou...

Do meu corpo sei dizer.

Está aqui!

Move-se, alimenta-se, dorme, vai à rua, caminha, trabalha...Faz “n” coisas. Até me parece k coisas demais. Não pára.

Mas...e eu?

Eu, não sei por onde ando nem onde estou.

Sei que o mundo está cheio de arestas-gumes-cortantes-dilacerantes. De armadilhas.

Não grito. Silencio. Silencio-me.

Está inábil o corpo. Tropeço nas pedras, até nas mais pequenas, quase grãos de areia. E cai. Levanta-se de novo. Recomeça. Bem teimoso que ele ou eu, somos....

Esta inabilidade provirá (talvez) do facto de (eu) dele andar ausente. Mas a ele acabarei voltando pois é a minha morada. Até um dia...

Há quem faça exposição pública da alma. Talvez esse modo seja melhor. Não sei, só sei que não é o meu.

E também sei, mesmo quando descreio, que em mim, como em cada um, existe a força para ultrapassar, para seguir a caminhada. Em paz. Na paz. Re-ligada, inteira e única (no melhor e no pior).

Quando souber onde estou, por onde ando, dir-vos-ei.

Ou talvez não! Vocês irão percebê-lo na altura.

Abraço fraterno.

Muita luz e paz em vossa caminhada.

19 agosto 2006

COISAS que sempre devemos lembrar e...fazer lembrar


Há emoções, sentimentos, momentos, pessoas, acontecimentos, dias, que nunca podem ser esquecidos. MAIS: devem ser lembrados!

Uns porque são bons. Aquecem ou acalmam a alma nos momentos de tormenta, reconfortam
em tempos nebulosos.
Outros porque são/ foram maus, negativos, e não devemos esquecer os erros, mas deles sempre tirar ilações, aprender a(s) lição(ões).

Nem os primeiros têm nada a ver com saudade, sequer com nostalgia, nem os segundos com negativismo, pessimismo, auto-flagelação, masoquismo.
Têm a ver com a construção do SER, da sua identidade, individual e colectiva.

Enquanto seres “humanos”, habitantes desta pequena bola que rebola no espaço - servem, devem servir – para a construção de uma identidade que possa, sem vergonha, de facto e de justiça, assumir a designação: HUMANOS/HUMANIDADE.

Por isso não podemos esquecer esta data. Urge lembrá-la, para mais face aos desmandos guerreiros a que assistimos.



N.B - este post foi hoje também colocado no ORGIA.

18 agosto 2006

Viram passar o amor do mundo?


,,,e porque hoje me apeteceu devolvo-vos este texto com votos de bom fim-de-semana.

Vocês viram passar
o amor do mundo?
*

Anda fugidoperdido num unicórnio.
*

(fui eu que os pari numa noite de lua cheia)

Eram:

o último unicórnio branco

e o último amor do mundo.

Encontraram-se na zoocidade

E logo ali combinaram a fuga.
*

Uma fuga que se arrasta há séculos.
*

E na memória dos homens,

o unicórnio e o amor do mundo

figuram como lenda nebulosa e bela

perdida nos pântanos de (des)esperança.

***

Vocês viram passar

o amor do mundo?


17 agosto 2006

Mostra de peças da nova colecção....

... já disponível na MONTRA

a partir da peça nº 39.
Dominantes a quente luz solar e os outonais castanho-dourados.
Uma nota especial para os verdes que os incêndios vão erradicando mas que amamos e queremos em todo o seu esplendor.

Já plantaste um árvore esta ano?
Se o não fizeste o Outono é uma boa época..


12 agosto 2006

RAZÕES DE UM INCENDIÁRIO



Tinha 35 anos, o homem.

Jovem portanto. E saudável.

No apogeu da força, física e psíquica morria de tédio.

Não sabia o que fazer com toda a sua vitalidade.

A sua energia tolhia-o.

Prendia-o com amarras de aço sob a forma de tédio.

Sentava-se nos cafés, nas praças, olhando sem ver.

Nada ouvindo ou escutando. E o tédio crescia.

Forte. Poderoso. Esmagador. Viril.

E como toda a virilidade, querendo jorrar.

Começou a atear fogos enquanto observava os esforços hercúleos dos bombeiros par apagarem os que lavravam.

Afinal era tão simples sentir-se vivo, destruir o tédio.

Bastava destruir e destruir-se.

O fogo, a morte, eram forças libertadoras do tédio. Para o tédio.

O tédio ardeu. Como as chamas que ateou.

Espalhou-se.

Propagou-se a todo um país que ardeu e morreu. Adormecido.

De tédio. De auto-destruição.

Nota bene – a partir de notícia no J.N de 2006.08.09

06 agosto 2006

sei lá


1 - Li, atrasadíssimo (como agora acontece) um e-mail de um amigo em que me perguntava:
«Onde estás? Por onde andas?(...)»
Em verdade não sei responder.
Estou aqui (casa). Trabalho.



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MAS será que estas duas "coisas" respondem á questão fulcral?
HONESTAMENTE: quando souber respondo.
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Acreditem. Porque...é verdade!
2 - Há cerca de 3 semanas, em Valpaços, o pároco local aproveitou a prédica da missa dominical para "pregar um sermão" aos G.N.R. que o haviam multado.
Anunciou «o corte de relações com as autoridades e comunicou que, a partir de então, os elementos da G.N.R e seus familiaresnão poderiam contar com ele nem mesmo para funerais.»
(Fonte: J.N de 2006.08.06)