29 novembro 2011

amálgamas

amálgamas

debaixo do tecido  __________
______________se tece
                                      o corpo.
ossos marfinados
amálgama de carne e
vontade do ser
ou o ser que 
|em vontade|
se tece
constrói move e
anima o corpo
|que o abriga|
movimento que os tecidos
contagia.

suave ondular de tecituras.

26 novembro 2011

era o tempo

era o tempo


era o  tempo das romãs

               as romãzeiras floriam

cobriam-se de flores e frutos
e todo o tempo era o
tempo das romãs

bagos de rubi  floriam as bocas.
eram risos e sorrisos.

guardo em mim o suco
de cada bago que sorvi.

o suco da vida

da vivida
e da que ainda não vivi

porque o tempo das romãs existe

em mim.

25 novembro 2011

como o cidadão comum vê o país

A FRASE DO DIA

"Portugal é um país geométrico:
é rectangular e tem problemas bicudos,
discutidos em mesas redondas
por bestas-quadradas."

24 novembro 2011

triste faduncho derivativo - O que mudou em dois anos?





Vivo e desnudo - blog do poeta e cidadão José-Augusto de Carvalho (vale a pena visitar)

O texto abaixo foi publicado neste blogue no dia 29 de Novembro de 2009!!!
De como não saímos do mesmo sítio OU, se saímos é para trás...
A economia pretende ser uma ciência. Tem objecto, método e tudo o mais que necessário é considerado. Estriba-se na mais pura das ciências exactas: a matemática. Construíu premissas sobre as quais toda ela assenta. Criou o homo ecoenomicus e mais umas ficções a que as poderosas máquinas de marketing ajudaram a dar corpo. Criaram necessidades que agora nos parecem básicas no estilo de vida denominado ocidental no qual e do qual há cada vez mais excluídos porque os rendimentos que auferem com a força do seu trabalho assim os mantém. Excluídos lutando por assegurar a mera sobrevivência. Tudo em nome da economia, coisa abstracta que devendo gerar riqueza distributiva, se centra mais e mais na mão de uns quantos que exploram, cada vez mais, a força de trabalhos de todos os outros; que, em nome da economia, fecham portas, os despedem, pagam salários vergonhosos sancionados pelas leis e por eminências pardas que vivem numa irrealidade em que tudo são abstracções, números e percentagens onde as pessoas não entram, não têm lugar nem visibilidade e são despidas de qualquer importância. Meras abstracções.

Em nome da economia são pedidos esforços sempre aos mesmos. Os que vendem a força do seu trabalho.
Em contrapartida são dados benefícios – fiscais e outros saídos do erário público - sempre aos mesmos – empresas e empresários.

E Portugal deriva.
   • No final de 2008 a dívida portuguesa atingiu os 108%;
   • 548 mil pessoas (9,8% da população activa) encontra-se no desemprego;
  • 150 mil pessoas já não procuram trabalho nos circuitos institucionais. Ou estão subempregados ou procuram negócios via Internet;
  • Nas obras públicas a derrapagem em duas frentes continua a existir e a crescer. Assim, segundo o Tribunal de Contas, as obras públicas derraparam entre 25% e 29,5%. A nível de prazos – dilatação dos mesmos – a derrapagem varia entre 1,4 a 1,6 anos para além do contratado e previsto;
  • Num período de crise mundial como o que temos vivido desde há cerca de um ano os cinco (5) maiores bancos a operarem em PortugalCaixa Geral de Depósitos; BES; BCP; BPI e Santander - nos três(3) primeiros meses de 2009 (crise mundial aguda) somaram um lucro de 533 milhões de euros.

Fonte: J.N (Jornal de Notícias) 2009.11.20

23 novembro 2011

Exercício do direito às indignação

Uma das formas é a greve geral de amanhã* que junta cidadãos das duas centrais sindicais e, creio, cidadãos sem sindicalização, pois a situação sócio-económica em Portugal já há muito ultrapassou os limites do suportável.  Os políticos raiam o ridículo a alertar os portugueses para a necessidade de reduzir o consumo e de...POUPAR.
É inegável que a poupança é boa para as famílias e para o país. Isto se houver "alguma" capacidade económica para tal. A larga maioria dos portugueses já há anos que a não tem reservando os subsídios (férias e Natal) para ocorrer a gastos durante o ano, seja com as casas ora já perdidas desde Janeiro - mais de 170 mil famílias/casas devolvidas - e as que muitos mais vão perder, seja com dentistas, seguros de saúde e outros, com aquisição do material escolar e roupas necessárias pois crianças e jovens têm um hábito detestável, de tantos em tantos meses as roupas ficam-lhes curtas, apertadas - note-se que fazem isto, o hábito nocivo de crescerem, de propósito para obrigar os pais a comprar mudas de roupa. Vícios!!
A larga maioria já há anos que não faz férias fora de casa e, mesmo ficando em casa reduzem as saídas ao mínimo...fartam-se de desperdiçar dinheiro...Tá visto!
  * como disse, uma das formas de exercer o nosso direito à indignação é a greve de amanhã, mas este exercício não se deve esgotar nesta fórmula. Todos temos de ser criativos e constantes no exercício de um direito que mais do que, ao longo dos últimos e longos anos em que empobrecemos continuamente, se justifica dada a nossa global situação de vida. 
   Mais, a sociedade civil necessita encontrar plataformas de protesto eficazes e constantes. Só assim poderemos reforçar a cidadania e, mais, a democracia pois vivemos num sistema bem afastado dela, quer por responsabilidade nossa, pouco críticos, excessivamente "pacientes" ou indiferentes (só quando toca na pele de muitos estes sentem, mas depois  indignar-mo-nos exaltadamente e aí se esgota força e vontade.                 "Ladramos" à Lua e deixamos que a caravana ande, sem nós". 
Uns poucos usam e abusam, consideram-se merecedores, e criam, com o nosso silêncio, uma corrupta meritocracia que nos vai destruindo estraçalhando a coesão social.

  Indignemo-nos e exerçamos, continuamente, uma vigilância activa e expressemos
este sentimento enquanto cidadãos de direito.
Mudando de assunto
Minha filha Ana Eugénio, desde há alguns meses, tem-se dedicado à fotografia com a qual mantém um Photoblog, denominado Wonderland. Podem visitar. ver e apreciar e também podem ir à loja dela e encomendar os trabalhos que mais vos agradarem. Ela espera por vós e estou segura de que apreciarão as suas fotos.
http://www.anasofiaeugenio.com/

22 novembro 2011

...ser bom, mas não ser parvo

«Deus manda ser bom, mas não manda ser parvo».

Na postagem de ontem o amigo José-Augusto de Carvalho - salvé o poeta - deixou um comentário, sem avançar hipóteses, porque afinal a continuidade das orientações versus acções dos políticos já mostrou com quem lidamos e como lidam connosco e disse-o com a clareza que lhe é habitual. Já conhecemos o figurino e onde nos levam...se deixarmos.
E no país dos brandos costumes com o peso da culpa cristã que a Igreja Católica tem espalhado é bom que nos lembremos deste tão antigo MAS verdadeiro ditado e o acarinhemos não só com palavras mas também com actos pois pela dignidade do ser zelamos.


E temos uma vencedora!
 A hipótese 2 ganhou e só foi necessário um dia (para nós, não para o governo). 
Dito agora na SIC Notícias: «Governo deixa porta aberta.Tabelas salariais serão revistas em 2014»
Daqui a mais uns dias será  em 2013 ou...2012. Caminhemos e veremos

E esta, hem.

Post scriptum - Obrigada aos poetas. O JAC, acima referido e o amigo Jorge Vicente cujo comentário também merece leitura.

21 novembro 2011

Diz que diz, desdiz, contradiz, diz que diz e...alguém desdiz.

Diz que diz, desdiz, contradiz, diz que diz e...alguém desdiz.
 Falo do governo pela voz dos seus membros.


Vem um ministro e diz (por exemplo):  no próximo ano o vencimento dos funcionários públicos será acertado pelo dos trabalhadores do sector privado.
    Um ou dois dias depois vem o 1ºMinistro (já aconteceu a propósito de outras matérias) ou o porta voz do governo, afirmar que tal não irá acontecer.
Avancemos Hipóteses
1. Será porque o governo anda DESgovernado, sem Norte? Plausível!
2. Será porque nos querem ir preparando devagarzinho, muito devagarzinho inho, inho para no próximo ano afinal virem dizer que tentaram não o fazer, não o queriam fazer MAS...tem de ser..mais um sacrifício em prol da retoma do país?
 Plausível também!

Quem quiser avançar mais ideias p. f deixe-as nos comentários. Publicá-las-ei.
Sem linguagem ofensiva pessoal.

De qualquer dos ângulos que analisemos, hipótese 1 ou hipótese  2, mal governados andamos. Querem fazer de nós parvos e desmotivar-nos por "reflexo" (lá volta Pavlov à baila).
Devagar nos pensam ir quebrando até que tudo pareça inevitável e...pior aceitável.

     Em mansos, mansos cordeiros - mais mansos do que já somos - nos querem transformar, nesta falsa  e corrupta meritocracia a que ainda chamamos democracia porque votamos de 4 em 4 anos ou de 5 em 5 consoante (como se tal bastasse para Democracia ser. Ah, talvez a palavra democracia em português não derive do grego, mas tão só de uma palavra com que, em nossa língua, denominamos o Coisa Ruim, o Demo, claro, de DEMÓNIO...) em que o denominado povo, conjunto de cidadãos de direito, continua a ser carne para canhão como nos idos de má memória.

16 novembro 2011

Filhos da putice, disse quem mo mandou...

Diário da República, 2.ª série — N.º 217 — 11 de Novembro de 2011
Gabinete do Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais

Despacho n.º 15296/2011

Nos termos e ao abrigo do artigo 11.º do Decreto -Lei n.º 262/88, de
23 de Julho, nomeio o mestre João Pedro Martins Santos, do Centro de
Estudos Fiscais, para exercer funções de assessoria no meu Gabinete,
em regime de comissão de serviço, através do acordo de cedência de
interesse público, auferindo como remuneração mensal, pelo serviço de
origem, a que lhe é devida em razão da categoria que detém, acrescida
de dois mil euros por mês, diferença essa a suportar pelo orçamento do
meu Gabinete, com direito à percepção dos subsídios de férias e de Natal.
O presente despacho produz efeitos a partir de 1 de Setembro de 2011.
9 de Setembro de 2011. — O Secretário de Estado dos Assuntos
Fiscais, Paulo de Faria Lince Núncio.



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15 novembro 2011

de quem é, ai de quem é, ai de quem é a culpa...?

                                                               Foto por Conceição Paulino

A CULPA

A culpa é do pólen dos pinheiros
Dos juízes, padres e mineiros
Dos turistas que vagueiam nas ruas
Das 'strippers' que nunca se põem nuas
Da encefalopatia espongiforme bovina
Do Júlio de Matos, do João e da Catarina
A culpa é dos frangos que têm HN1
E dos pobres que já não têm nenhum
A culpa é das prostitutas que não pagam impostos
Que deviam ser pagos também pelos mortos
A culpa é dos reformados e desempregados
Cambada de malandros feios, excomungados,
A culpa é dos que têm uma vida sã
E da ociosa Eva que comeu a maçã.
A culpa é do Eusébio, que já não joga à bola,
E daqueles que não batem bem da tola.
A culpa é dos putos da casa Pia
Que mentem de noite e de dia.
A culpa é dos traidores que emigram
E dos patriotas que ficam e mendigam.
A culpa é do Partido Social Democrata
E de todos aqueles que usam gravata.
A culpa é do BE, do CDS e do PCP
E dos que não querem o TGV
A culpa até pode ser do urso que hiberna
Mas não será nunca de quem governa.
(Recebi sem o nome do autor)
Assim o recebi de um querido amigo,
 assim o reproduzo.
Porque sim!!