09 maio 2005

Voltemos a Rebordão Navarro


Voltemos à poesia de António Rebordão Navarro.
Fiquemos, hoje, com:
AS CASAS (SINAIS GRÁFICOS)
Dispostas, cruciformes, sobre o linho,
desbotadas nos peitos e nas costas,
nos pratos,
vírgulas a esmo na paisagem,
urbanas reticências.
Feitas fotografia e problema,
circunspectas, circunflexas, as casas
com persianas, portadas e cortinas,
paroxítonas, reflexas.
Entre flores e aspas,
beliscaduras,
vícios e virtudes
e parêntesis..
Ponto final. Parágrafo.
Seus perfumes,
dois pontos:
a rio e mar, por certo os teus
cabelos,
as tuas mãos também
por onde passam, pousam estas letras.
(in: 27 POEMAS. Porto: Editora justiça e Paz:28)

5 comentários:

Amaral disse...

Nunca tinha lido António Rebordão Navarro. Gostei deste poema, da forma como começa, difícil e complexo, e termina fácil, simples.

Anónimo disse...

Não conhecia nada dele e até me senti plagiadora por também ter um ponto final parágrafo nos meus escritos. Bonita selecção. Conforme disse a lost, é a pontuação da vida :) Beijo grande :)

Micas disse...

Que bonito, não conhecia o autor. Bjs

Anónimo disse...

sublinho o k a Lost disse :) ****

Daniel Aladiah disse...

Querida TMara
...
Um beijo
Daniel