04 novembro 2004

POEMA DAS PORTAS FECHADAS

Door Door Door Door Door Door Door
Batia à tua porta e ouvia
(aconchego). Voz doce e companheira.
sentia-te-nos solidários.

Aceite. Não necessariamente justificada.

Discordância - semente - crescimento.

Som cristalino destinado a repor a unidade.

Bati á tua porta e um eco me respondeu.

Fiquei. Docemente embalada

no que o eco me trazia.

Bati à tua porta e só a minha voz

ouvi. E pus-me a bater, como louca.

A bater mais e mais e sempre....

E cada vez que batia andava,

no espaço, um percurso ao contrário.

E louca, batendo àquela porta,

descobri, que desde sempre,

era eu quem respondia.

recuei recuei recuei recuei ...

Não encontrei a tua voz. Só murmúrios.

Não encontrei o teu calor. Só cinzas.

Não encontrei o teu gesto. Só o esboçar.

Bati a uma porta. Bati a todas

as portas que encontrei. Sendo

todas as portas a tua, a mesma,

hermeticamente fechada.

(Do livro: AS TAREFAS TRANSPARENTES)







2 comentários:

Anónimo disse...

Viva, sou eu, o Mário, de novo. Gostei mmuito do teu conto em duas partes (deixei comentário no 1º). Também gosto dos poemas. Este de hoje, .., bem acho que todos, ou a maioria de nós, já passou por aí. Faz-nos sentir o que já vivemos. Levanta as emoções enterradas. Faz doer um poucochinho, mas talvez por isso seja um bom poema.
Ciao

Conceição Paulino disse...

Olá Mário
Um pouco tardiamente, o meu obrigada pela visita e opinião.
Bj