Inicialmente Mércio Silveira cortara, de imediato, com a televisão.
Depois, ou por inércia ou por factores que nos escapam, voltara a ligá-la.
Entendera que a televisão era o veículo dos veículos. O veículo privilegiado para o total controlo da mente. Bastava lembrar-se das mensagens subliminares para se arrepiar, mas, mesmo que "eles" não recorressem a esse expediente, os próprios conteúdos, com as suas mensagens socio-culturais induziam, e conduziam os indivíduos, qual pacífica manada bovina, no sentido desejado, alimentando-lhes o ego, dando-lhes ilusões de auto-determinação, do uso de opções individuais que mais não eram do que uma falácia, face à indução/moldagem cultural a que estavam sujeitos.
Mais tarde, sem livros, sem a televisão, sem amigos - a amizade era, no pensar de Mércio Silveira, um engodo humano e social . Quer dizer: não acreditava!
Em sua opinião o ser humano era um ser egoísta, tudo o que o movia era o interesse, qualquer que fosse, e o lucro, imediato ou, em casos mais racionais ou pragmáticos, mediato.
A tão propalada solidariedade era, em sua opinião, um conceito propagandístico alimentado pelos media com o fito de fazer as pessoas sentirem-se melhor com as suas tão pesadas consciências e as suas mesquinhas vidas.
Assim, a modos que a prestação e amortização de uma parcela no céu. Ora acontecia que ele tão pouco acreditava no céu, nem no inferno.
Para Mércio o inferno era a vida terrena, em si, e cada vez mais infernizada por "eles", pelo controlo condicionante que, de forma subtil, exerciam sobre os humanos, iludidos estes da sua capacidade de decisão e escolha. Alienados afinal até ao extremo do que a alienação pode ser. Sem consciência de tal.
Meros animais irracionais iludidos sobre a sua própria racionalidade.
Depois de reflectir sobre estas questões chegou Mércio à conclusão de que uma outra forma de se alienar seria a de se isolar do mundo após ter chegado à descoberta desta terrível manipulação e engodo.
Assim, considerou ser-lhe vantajoso continuar a assistir aos programas, à propaganda, a tudo o que projectavam induzir, porque sendo ele Mércio da Silveira o único humano capaz de filtrar as mensagens, de as isolar e assim identificar as estratégias do adversário preparando-se previamente para elas era o único que as poderia combater e, pelo menos salvar a pele e, talvez, salvar mais alguns humanos de uma vida dia a dia mais robotizada.
FIM DA 2ª PARTE!
2 comentários:
não sei o que vem aí mas não me cheira a nada de bom...
Lexis, verdade, verdadinha ..., nem eu (k escrevo) sei!
Aguardemos então as surpresas do Sr. Mércio da Silveira.
Tmb qnd lhe puseram um nome assim, a modos k estragaram o futuro do homem, acho eu. Veremos....
As tuas palavras são imptt. Bjs doces ;))
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