É um sentimento que corre por dentro de mim. Em sítios desconhecidos. Como por exemplo um que designamos por alma.
Não se alarmem, não choro! Pelo menos que se veja...!
É mais a sensação de que nada está bem. Um mal estar indefinido, mas constante, um descontentamento - que não é como o do amor num soneto de Camões: "um(des)contentamento...(des)contente" (inverti os termos), um amargor de alma que doi e queima sem sabermos como lhe acudir.
Só vos digo: um disparate pegado!
Corre-me como um vento suão, carregado de febrilidade e de areias corrosivas que provocam abrasão e dor, na passagem.
De ventos assim, que se levantam sem razão aparente - quer dizer que as razões andam dentro de nós, submersas. Propositadamente ignoradas - tudo se pode esperar e neste tudo não há muita coisa boa, esperançosa, previsível.
É antes como um terramoto seguido de uma onda gigantesca que arrasa, devasta, queima,... deixando tudo a nú.
E aqui deve residir o busílis da questão: em tudo ficar a nú!
Nós, completamente nús na nossa alma. Perante ela. Sem racionalizações, logo sem escapatórias, justificativas ou razões.
Ficamos reduzidos à mais pobre espécie de terra queimada.
O trabalho é agora o da reconstrução.
Dói muito quando assim se magoa alguém.
Aceitam estas flores?
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