07 novembro 2004

JÁ QUE O MUNDO É UMA BOLA QUE REBOLA (parte 2)

DoofusInicialmente Mércio Silveira cortara, de imediato, com a televisão.
Depois, ou por inércia ou por factores que nos escapam, voltara a ligá-la.
Entendera que a televisão era o veículo dos veículos. O veículo privilegiado para o total controlo da mente. Bastava lembrar-se das mensagens subliminares para se arrepiar, mas, mesmo que "eles" não recorressem a esse expediente, os próprios conteúdos, com as suas mensagens socio-culturais induziam, e conduziam os indivíduos, qual pacífica manada bovina, no sentido desejado, alimentando-lhes o ego, dando-lhes ilusões de auto-determinação, do uso de opções individuais que mais não eram do que uma falácia, face à indução/moldagem cultural a que estavam sujeitos.
Mais tarde, sem livros, sem a televisão, sem amigos - a amizade era, no pensar de Mércio Silveira, um engodo humano e social . Quer dizer: não acreditava!
Em sua opinião o ser humano era um ser egoísta, tudo o que o movia era o interesse, qualquer que fosse, e o lucro, imediato ou, em casos mais racionais ou pragmáticos, mediato.
A tão propalada solidariedade era, em sua opinião, um conceito propagandístico alimentado pelos media com o fito de fazer as pessoas sentirem-se melhor com as suas tão pesadas consciências e as suas mesquinhas vidas.
Assim, a modos que a prestação e amortização de uma parcela no céu. Ora acontecia que ele tão pouco acreditava no céu, nem no inferno.
Para Mércio o inferno era a vida terrena, em si, e cada vez mais infernizada por "eles", pelo controlo condicionante que, de forma subtil, exerciam sobre os humanos, iludidos estes da sua capacidade de decisão e escolha. Alienados afinal até ao extremo do que a alienação pode ser. Sem consciência de tal.
Meros animais irracionais iludidos sobre a sua própria racionalidade.
Depois de reflectir sobre estas questões chegou Mércio à conclusão de que uma outra forma de se alienar seria a de se isolar do mundo após ter chegado à descoberta desta terrível manipulação e engodo.
Assim, considerou ser-lhe vantajoso continuar a assistir aos programas, à propaganda, a tudo o que projectavam induzir, porque sendo ele Mércio da Silveira o único humano capaz de filtrar as mensagens, de as isolar e assim identificar as estratégias do adversário preparando-se previamente para elas era o único que as poderia combater e, pelo menos salvar a pele e, talvez, salvar mais alguns humanos de uma vida dia a dia mais robotizada.

FIM DA 2ª PARTE!






2 comentários:

Clio disse...

não sei o que vem aí mas não me cheira a nada de bom...

Conceição Paulino disse...

Lexis, verdade, verdadinha ..., nem eu (k escrevo) sei!
Aguardemos então as surpresas do Sr. Mércio da Silveira.
Tmb qnd lhe puseram um nome assim, a modos k estragaram o futuro do homem, acho eu. Veremos....
As tuas palavras são imptt. Bjs doces ;))