16 dezembro 2004

NO CINTILAR DOS DIAS

Salazar afirmou, certa vez, que era mais fácil ser mandado do que mandar.
Cada um que faça as suas reflexões, a partir da lapidar afirmação a que o senhor chegou e que, "democraticamente", partilhou connosco.
Veio-me esta afirmação à memória quando ao sentar-me ao computador, de entre uma multiplicidade de assuntos, que andam em ebulição nos neuróniozinhos, se me tornaram presentes situações, infelizmente recorrentes, com que qualquer um de nós se confronta quotidianamente e que “mexem” com a ideia que detemos sobre o que são, ou deviam ser, os nossos direitos enquanto cidadãos, num estado democrático que se senta à mesa dos países avançados. Não só sobre os direitos como sobre a forma que assume a sua expressão e o conteúdo que os mesmos deveriam configurar.
Da multiplicidade de incongruências que identifiquei ocorreu-me uma frase que reputo de valor aproximado, para não dizer idêntico, aquela com que iniciei esta escrita: “é muito fácil criticar” .(Como sabem não é de minha autoria mas sendo tão de todos é como se fosse).
1º episódio – há umas semanas, a Inês adoeceu. Consulta, medicação e domicílio. Ao fim de cinco dias não estava melhor antes apresentando mais queixas. Domingo à noite pegamos na criança e fomos à urgência do Hospital de Santo António . Aí chegadas encontramos uma sala de espera atolada de mães com filhos bebés ao colo. As idades– global e maioritariamente – oscilariam entre os 18 meses e os 3 anos.
O ar estava saturado. Não havia onde nos sentarmos. Esperamos, um pouco mais de meia hora, e constatámos que durante todo aquele tempo ninguém foi chamado. No total encontravam-se lá, 34 crianças doentes. Se ao fim de meia hora nenhuma criança tinha sido chamada é de esperar, partindo do princípio que iriam chamar uma de imediato, que o tempo de espera oscilasse entre as 5 a 10 horas, consoante estivessem um ou dois médicos de serviço. Se nos ativéssemos ao tempo médio de 30’ e um médico de serviço, daria qualquer coisa como 17 horas de espera a respirar ar saturado de micróbios vários.
2º episódio – que o não é! Foi sim uma notícia que li no J.N. de 2001.03.12,(p,16).
Morrem pessoas por intoxicação reactiva entre medicamentos e alimentos, numa base tão simples como: analgésicos; anti-inflamatórios e anti-alérgicos com: vitaminas, nomeadamente as dos citrinos. Por ex. quem está a tomar um anti-histamínico deve ser “proibido” de comer citrinos e outros alimentos ricos em vitamina C.
Moral da história: os serviços públicos não funcionam; recorremos aos privados com enorme esforço económico, na convicção de que serão mais lestos e quiçá, de melhor qualidade –i.e. melhor diagnóstico – vimos a descobrir, nas páginas de um jornal, que nos andam a dar medicamentos que não produzem efeito –ai a vitamina C- ou que, na pior das hipóteses, nos podem levar à morte.

Têm o direito de pensar que estes assuntos não passam de “coisas” comezinhas. Permito-me discordar pois é de coisa pequena em coisa pequena que passamos às grandes e, continuando a não exercer o nosso direito de indignação no momento certo, talvez todo o país se esvaia em dor enquanto o país virtual continua sentado à grande mesa.

4 comentários:

Cláudia Félix Rodrigues disse...

Pois, minha linda, e fora aquilo que não vem publicado em lado nenhum, mas que alguns já sabem que nos faz mal, mas q não dá jeito revelar. Beijocas

Conceição Paulino disse...

verdade BLUR! S~ºaop tantas as ocisas, coisinhas e coisonas,..., tanto o interesse em vender....carne humana é boa p/ canhão. À falta destes todos os meios são válidos. Vendo bem, até ajuda a diminuir a densidade p+opulacional...Arhhhh :((*******
Bjs e ;)

Fata Morgana disse...

E o Aspartame, que pode causar esclerose múltipla e outras doenças menos graves mas sérias, bolas, quem não as tem não as quer!, e aparece em quase todos os sumos, yogurtes, e outros produtos com muita saída?! Na Austrália já está proibidíssimo o uso de aspartame (e certamente em muitos outros países, refiro a autrália porque veio cá uma amiga minha australiana e deu uma volta comigo num hipermercado... Bem, ía tendo um ataque com o que viu - até havia um adoçante chamado XAROPE DE ASPARTAME!!!!). Vale a pena fazer uma busca na net por "aspartame"... Eu nunca mais compro nada que o tenha.

TMara, ainda disse mais uma coisa lá no MIC :)
Beijinhos*

Conceição Paulino disse...

FataMorgana :)Obrigada pela dica sobre o aspartame _ já tinha ouvido uns zum-zuns, mas n/ pesquisei. Bj e ;)