19 fevereiro 2005

A estranheza dos dias


Escrevo no cinzento dos dias azuis
......ou nos dias cinzentos, já que o SOL brilha, senhor absoluto dos céus intocados pelas nuvens grávidas de chuva.
Então porquê esta alusão ao cinzento perguntar-se-á quem ler?
São os cinzentos dias dos políticos, seus fatos, suas falas, seus discursos, suas propostas, mas, em minha opinião, também dos opinion makers de serviço, dos comentadores, que fazem análises tão absolutas e destrutivas que me parece só potenciarem o absentismo.
A sensação que tenho, ao ouvir estes últimos, é a de que procuram, denodadamente, encontrar novas teorias. Algo que os possa deixar na história dos comentadores. Novas hipóteses, ou novas teses, diferentes das expressas no dia ou na noite anterior. Como não é possível avançar com hipóteses diferentes e credíveis com vinte e quatro horas de diferença, ou menos, é o vale tudo.
Neste vale tudo incluo as pequenas ocorrências das campanhas, as falas menores dos políticos (desabafos), murmuradas entre eles, para o lado.

Depois do debate na RTP 1, um comentador a cujas intervenções reconheço, normalmente, mérito, sintetizava
* o seu pensamento: “um fala demais! De um dia para o outro diz coisas diferentes”; o outro: “fala de menos. Diz sempre a mesma coisa. Percebo que numa campanha é importante repetir ideias para que o eleitorado as retenha...!”
Ora bolas, digo eu!
Se dos discursos dos políticos me recuso a falar, dos jornalistas e comentadores esperava-se mais (pelo menos eu esperava!). Temos que esperar mais uns dos outros. Temos que ser exigentes e creio que a forma como a campanha tem sido vista, divulgada e comentada, na generalidade por todos estes opinion makers, em nada a elevou do nível estagnado e baixo que atingiu na pré-campanha e não tem servido os
interesses do eleitorado, da democracia e da participação a ela inerente.
Destes esperava-se que fossem capazes de fazer subir a fasquia impondo-a aos políticos.

Com esta breve nota começo e encerro as minhas reflexões (abertas) sobre a campanha para as legislativas 2005, pois que mais não merece.
Lá nos encontraremos no domingo! Pelo menos expressando o pensamento de forma cuidada, clara e...racional. Já que o momento não é para emoções.


* Mas a síntese era ela: TODO o pensamento que expusera.

4 comentários:

Anónimo disse...

Excelente título e texto.
Eu... decidi ontem (que alívio)
Nota de rodapé: quando arranjas um mail de jeito? vem tudo devolvido, porra!
//(º_º)\\ um beijo da titas

Conceição Paulino disse...

B'dia Titas ;) não sei k e-mail estás usando. Presumo k o deste blog. Acontece k há umas semanas sofreu uma alteração e talvez daí a confusão. Entre o nome e a "@" deves colocar o nº "1"!.Experimenta. Não consegui abrir os comentários no teu blog. Volto + tarde. Bom f.s. bjs e ;) - vamos precisar de muitas **********

Fátima Santos disse...

Belo texto! Beijinhos pelas tuas visitas aos meus olhares felinos! aquele tabaibos, acho!, é angolano foi lá que o aprendi. Bom fim de semana!

Conceição Paulino disse...

seila ;)estranhei o nome, pensando ser algarvio e do alentejo ao algarve haver tanta proximidade e muitas palavras comuns, p/ além de k ia muito para aí, nunca o tendo ouvido antes. Mas é uma bonita palavra. Bom f.s e Bjs e ;)