25 novembro 2005

Há uma dor que me começa nos olhos


Há uma dor que me começa nos olhos, alastrando a todo o ser. ao corpo. à mente. à alma...

Cada vez mais esta dor me entra pelos olhos.
Na vida do dia a dia, na leitura dos jornais, no visionamento dos média...

A violência no mundo.

Sobre todos. Sobre países, povos, raças, etnias, minorias - orientação sexual, idosos, crianças e entre elas as mulheres.

A estranheza invade-me cada vez mais. É cada vez mais estranho e doloroso o olhar sobre o mundo.

Hoje, no dia Internacional da Luta Contra a Violência Sobre as Mulheres deixo à consideração este pequeno texto para que reflictamos em conjunto e aqui me deixem as vossa achegas.

As nascentes da violência

Li, há tempos, algo que me deixou maravilhada pelo respeito e amor implícitos.
Entre os índios Hopis* se numa aula um aluno interpelado pelo professor não soubesse responder à questão nenhum outro aluno levantava o braço para responder, destacando-se assim. Tal acto seria considerado incivilizado.

Sem nos apercebermos o próprio sistema de ensino inculca, desde os primórdios, a competição, o atropelo e a humilhação dos que não sabem, dos que se não enquadram no padrão.
É, em si, para além de um potencial gerador de violência futura, pelos valores que veicula e inculca (competição, passar por cima do outro, etc) um motor de exclusão a muito curto prazo.
As sementes da violência são também semeadas com esta (nossa) cultura.

Se queremos viver em harmonia temos que mudar as práticas, os actos do quotidiano.

Estes deverão ser marcadas pela gentileza, pela compreensão, pela não-violência, pelo respeito e pela dignidade.

Enquanto cidadãos anónimos, não dispondo de oportunidades para realizar grandes obras podemos sempre realizar pequenas obras, mas de uma grande maneira. Isto é, marcadas pelo amor incondicional que nos abranja, bem como a todos.

N.B -* Tribo nativa Americana . Ah, e aos sábados espero por vocês aqui. Até já:)

Sem comentários: