30 novembro 2005
Lembrando F. Pessoa
Desiludam-se os que pensam que este Pessoa, por ter sido feito em bronze, não fala.
Aquando da minha estada em Lisboa,há coisa de uma semana, estive lá, sentada com ele. Chovia.
Estranhou muito que ali me sentasse, debaixo de chuva e até esboçou um sorriso, não percebi bem se de simpatia se de comiseração, mas inclino-me mais para a primeira hipótese dado ter sido tão simpático e comunicativo.
A voz era baixa, sussurrada, ligeiramete rouca, mas ouvia-a com nitidez.
Não vou contar a nossa conversa, mas confesso que me surpreendi quando me perguntou pela Oféliazinha.
Embrulhei-me toda para responder, ciciando, que falecera há muito.
Aí sim, não tive, nem tenho dúvidas, riu-se (até no rir é comedido) e disse-me: «aí é que a minha querida senhora se engana. Vejo-a passar por aqui muitas vezes! Por vezes acena-me e sorri, inclinando levemente a cabeça. Junta os dedos da mão direita e envia-me um beijo, levando, de seguida, a mão ao coração!»
Enquanto assim falava, o cigarro, esquecido entre os dedos, lançava a custo, volutas de fumo contra a chuva que as tornavam ainda mais irreais. Pareceu-me perdido em pensamentos, memórias.... Fiquei calada, aguardando...
« ...Tem um tão belo sorriso a minha Oféliazinha....»
Perdeu-se na contemplação do sorriso recordado e tornado vivo enquanto o silêncio e a noite caíam sobre nós.
Levantei-me, toquei-lhe, ao de leve, no rosto e disse: "voltarei."
Esboçou um tímido e doce sorriso e disse-me: «Sempre que queira. É um prazer. Estarei aqui.»
Comecei a descer a rua. Por várias vezes parei a olhá-lo, mas ele já se abstraíra de mim.
Regressara ao silêncio do bronze,da ausência. Só, no frio da chuva e da noite.
29 novembro 2005
Quem somos, de onde vimos, para onde vamos?
Esta eterna e intemporal questão será, talvez, um dos grande motores da busca, da evolução do ser humano e expressa-se nas artes (todas elas, as pictóricas, as escritas, as musicais, etc) e na filosofia.
Todos buscamos conhecer a nossa natureza, a nossa mortalidade ou imortalidade, o sentido da existência. Da vibração que é a vida.
Muitos viram-se para as religiões,outros buscam caminhos pessoais.
Já andei por muitos caminhos,caminhei-os (física e intelectualmente) com determinação, firmeza e uma imensa ânsia
de perceber, de saber.... Continuarei buscando por toda a existência, sei-o, mas pessoalmente fui encontrando respostas, que para mim, são válidas.
Cheguei a elas mais por acontecimentos e experiências vivenciadas do que por qualquer outra forma, mas foi a abertura de espírito, conjugada com a vontade de perceber que foram determinantes.
Não tenho religião, pensando em algo organizado. Não acredito nelas nem as considero necessárias, mas respeito-as, leio sobre elas e respeito todas e todos que nelas baseiam a sua fé.
Porque afinal há coisas, e esta é uma delas, a que só se chega pela fé.
Acredito na bondade do universo, na sua unicidade, no amor incondicional e na nossa imortalidade, como pequenas parcelas deste todo energético que é a vida.Que cada um de nós é.
E, outro dia encontrei esta pérola (pelo menos para mim)!
Einstein, o sábio, o físico também reflectia sobre a existência espiritual e expressava o seu pensamento:
«O ser humano faz parte do todo a que chamamos universo, uma parte limitada no tempo e no espaço. Tem a experiência de si próprio, dos seus pensamentos e sentimentos, como algo separado do resto - uma espécie de ilusão óptica da sua consciência. Esta ilusão funciona como uma prisão para nós, que nos restringe aos nossos desejos pessoais e restringe a nossa afeição às poucas pessoas mais próximas de nós. A nossa missão é libertarmo-nos desta prisão, ampliando o nosso círculo de compaixão, para abraçarmos todos os seres vivos e toda a natureza.»
in: WEISS, Brian L, M.D.(2005 - 5ª edição). A Divina Sabedoria dos Mestres. Lisboa: Editora Pergaminho (134)
25 novembro 2005
Há uma dor que me começa nos olhos
Há uma dor que me começa nos olhos, alastrando a todo o ser. ao corpo. à mente. à alma...
Cada vez mais esta dor me entra pelos olhos.
Na vida do dia a dia, na leitura dos jornais, no visionamento dos média...
A violência no mundo.
Sobre todos. Sobre países, povos, raças, etnias, minorias - orientação sexual, idosos, crianças e entre elas as mulheres.
A estranheza invade-me cada vez mais. É cada vez mais estranho e doloroso o olhar sobre o mundo.
Hoje, no dia Internacional da Luta Contra a Violência Sobre as Mulheres deixo à consideração este pequeno texto para que reflictamos em conjunto e aqui me deixem as vossa achegas.
As nascentes da violência
Li, há tempos, algo que me deixou maravilhada pelo respeito e amor implícitos.
Entre os índios Hopis* se numa aula um aluno interpelado pelo professor não soubesse responder à questão nenhum outro aluno levantava o braço para responder, destacando-se assim. Tal acto seria considerado incivilizado.
Sem nos apercebermos o próprio sistema de ensino inculca, desde os primórdios, a competição, o atropelo e a humilhação dos que não sabem, dos que se não enquadram no padrão.
É, em si, para além de um potencial gerador de violência futura, pelos valores que veicula e inculca (competição, passar por cima do outro, etc) um motor de exclusão a muito curto prazo.
As sementes da violência são também semeadas com esta (nossa) cultura.
Se queremos viver em harmonia temos que mudar as práticas, os actos do quotidiano.
Estes deverão ser marcadas pela gentileza, pela compreensão, pela não-violência, pelo respeito e pela dignidade.
Enquanto cidadãos anónimos, não dispondo de oportunidades para realizar grandes obras podemos sempre realizar pequenas obras, mas de uma grande maneira. Isto é, marcadas pelo amor incondicional que nos abranja, bem como a todos.
N.B -* Tribo nativa Americana . Ah, e aos sábados espero por vocês aqui. Até já:)
As cartas dos políticos ao Pai natal...
A totalidade das cartas foi escrita por Encandescente, do blog : Erotismo na Cidade
e poderão aí ler (também) a observação que esta lhes deixou.
Aqui transcrevo duas delas, a 1ª a de C.S ao Pai Natal e a de M.S.
As restantes poderão lê-las
aqui
Carta ao Pai Natal - Aníbal Cavaco Silva
Excelentíssimo Senhor Doutor Pai Natal
Venho por esta via pedir para a minha
Maria O Kama Sutra, versão condensada.
Não sei se a minha Maria teria
Para a versão completa e ilustrada
Suficiente pedalada.Eu para mim
Por ora nada peço
E de momento nada digo
Não abdico do meu direito de manter o suspense
E de fazer tabu do meu posterior pedido.
Mas…. E só isto adianto
Não preciso de Viagra
Para acompanhar a minha Maria na leitura
Do acima citado livro
Que teso e hirto ando eu sempre
Não precisando por isso de muleta
Ou qualquer outro suplemento
Para manter a rigidez
E o meu porte sobranceiro.
Despeço-me atentamente economizando palavras
Porque como vossa Excelência sabe:
Os tempos são de crise e tempo é dinheiro.
Assina o Professor Doutor: Cavaco Silva
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Carta ao Pai Natal - Mário Soares
Pai Natal
Acordei agora da sesta. Tive um sonho original.
Conversei com a Maria
E achamos que não é sonho
Mas uma ideia genial!
Já fui ministro, primeiro-ministro
E duas vezes presidente deste país
Está na hora de mudar de ares
Aceitar novos desafios
Levar mais longe o nome de Portugal
Ou o meu nome… Como sempre quis.
Como tu tenho já uma certa idade
E no ventre a mesma proeminência
Decidi que para o ano quero ser o Pai Natal.
Portanto… Olha pá faz as malas.
Desocupa a Lapónia.Vou ser eu o Pai Natal.
Tem lá paciência.
Assinado: Mário Soares(Ex-deputado. Ex-Primeiro Ministro. Ex-Presidente da Republica. Ex-Deputado europeu. Futuro Pai Natal)
N.B _Ver as restantes no Balãozinho
23 novembro 2005
A propósito do que designamos: idade
Hoje, ao caminhar debaixo dos frescos pingos da chuva, descobri que o meu corpo é muito mais novo do que a minha alma.
Algo que no fundo sei há muito mas que me atingiu como uma epifania.
O corpo tem a idade cronológica que medeia entre o dia do nascimento, a saída do útero materno, e este em que penso e escrevo.
Pelos padrões correntes já passei a denominada meia-idade e estou parada num breve planalto a partir do qual começará a curva descendente da vida física.
A idade da alma, ou seja, a minha idade, essa é outra coisa.
Não pode ser contabilizada pelo padrão temporal que utilizamos. Não sei se teve um começo, nem quando foi, ou se sempre foi e será, como parte do cosmos.
Do começo nada sei, mas sei que é antiga e não terá fim. É imortal.
Assim percebo melhor o porquê desta leveza que me não fala em idades (nunca falou. Nunca foi uma preocupação minha. Nem quando as velas começaram a encher excessivamente o bolo e as filhas rindo diziam: qualquer dia tem que ser um daqueles em campo-de-futebol...), que me não proíbe de ir na rua saltitando, se a tal a vontade me incitar, ou de fazer qualquer outra coisa, ter uma atitude que socialmente é considerada apropriada numa jovem mas não numa mulher madura, mãe de família, avó...
Esta leveza com que olho as folhas que caiem, e esvoaçam no vento, ou o soltar o riso, mesmo que sozinha me encontre, se a ocasião o despertar.
A leveza da saltar sobre as pedras, de imaginariamente jogar à macaca num qualquer passeio que, pela estrutura do empedrado, me traga o jogo à memória, ou de fazer ou tomar qualquer atitude porque a alegria da vida a comanda.
Nunca dou por mim a avaliar se posso ou não, em função da idade.
E hoje tudo ficou mais claro quando compreendi esta verdade tão simples. O meu corpo é mais novo do que a minha alma. Só que esta é intemporal, não tem portanto idade e assim, dela me não lembro e ela me não coíbe.
(foto por Tmara- Quinta das Conchas, Lxª)
21 novembro 2005
Era branca como a luz a pomba
20 novembro 2005
Hoje vou para Sul
Vou/vamos calcorrear a cidade....
Cumplicidades e ternura entre mãe e filha.
Deixaremos que as brisa nos orientem e a luz nos ilumine, falando, falando e matando saudades.
Brincaremos e daremos gostosas gargalhadas onde tanta infância se passou em jogos, correrias e também em conversas e estórias.....não em busca do passado mas construído activamente o hoje e um amanhã: Muitos amanhãs, para eles lançando as pontes.
Se nos cruzarmos vocês vão dar conta...
Iremos, até ao Chiado, conversar um pouco com este Pessoa que tudo observa e sabe.
Subiremos um pouco, para falar com Camões que deve ter muito a dizer da Lusitana nação...
Ouviremos as gaivotas à beira-rio e voaremos nas asas dos ventos solares....
Fotos de Vera Cymbron
18 novembro 2005
O maior prazer
"O maior prazer de um homem inteligente, é fazer de idiota diante de um idiota* que se faz de inteligente!"
16 novembro 2005
O luar da espera
14 novembro 2005
Um prato de bolotas
Este prato de bolotas é, em primeiro lugar, destinado a todos os amigos e amigas alentejanas, os que lá nasceram, os que lá vivem e os que não estando num dos dois grupos anteriores o sintam no coração.
[Não se assustem pois há mais, não há só este prato. Há muitas. Venham daí...! ]
as portas estão abertas a todos, independentemente da origem.
Será bemvindo/a. Amo as diferenças, cresço com elas porque me enriquecem e me mostram a maravilha da vida.
Quem nunca provou venha também.
Sentamo-nos à lareira, desfiando conversa, espalhando bem o borralho onde as assaremos acompanhadas por um bom tinto (alentejano como não podia deixar de ser. Quando chegarem escolhemos a marca e a colheita).
Também há paio de porco alentejano (o famoso pata negra) para dourar nas brasas acompanhado de um bom pão caseiro.
Não precisam bater. Entrem e instalem-se ao convívio
Vamos reconfortar corpo e alma.
13 novembro 2005
O Inescrutável é o Prático
« Um Mahatma escreveu: “As verdades e mistérios do ocultismo constituem, de fato, um corpo da mais alta importância espiritual, ao mesmo tempo são inescrutáveis e práticas, para o mundo em geral.”
Imaginamos que nossas mentes, que são usadas para pesar os prós e os contras e fazer avaliações, de acordo com experiências prévias condicionantes, são potencialmente ou realmente capazes e práticas.
Todos nós somos inclinados a ver a área chamada de “espiritual” como uma abstracção vaga, sem relação com assuntos práticos.
Assim, mesmo aqueles que são voltados para o espiritual, o conservam num compartimento distante dos assuntos diários domésticos, profissionais, nacionais e outros mais.
Examinemos se esta mente pode servir de base à acção prática e eficaz para proporcionar maior bem-estar, paz e harmonia ao mundo e aos indivíduos que são parte do mundo.
A humanidade, século após século, tem enfrentando, sem qualquer solução, graves problemas que a afligem. Um deste é o antigo problema dos conflitos, quer em grande escala, como as guerras mundiais, quer em escala menor que não obstante devasta vidas de uma população inteira e envenena o meio ambiente natural.
Por exemplo, o programa americano de foliações no Vietname que tornou inabitáveis muitas áreas desse país, onde até hoje nascem crianças deformadas.
Cerca de sessenta Chefes de Estado reuniram-se recentemente em Moscovo, onde as forças nazistas se renderam às aliadas após a Segunda Grande Guerra. Relata-se que durante as comemorações, o Presidente russo, Vladimir Putin, advertiu contra a propagação da violência.
Obviamente seria uma tolice extrema defender a violência numa época de armas de destruição em massa. Dizem que só na Rússia foram exterminados vinte e sete milhões de pessoas. Além disso, a população civil de ambos os lados suportou imensos sofrimentos.
Embora houvesse a satisfação de ter vencido as hordas nazistas, precisamos lembrar que nunca houve qualquer declaração, tratado ou trégua contra a violência ou conversação de paz para realmente por um fim ao conflito e ao sofrimento. Isto porque a hostilidade gera e agrava o ódio, o preconceito e as paixões separatistas, mantendo assim as sementes de outras guerras e sofrimentos.
“A guerra começa nas mentes dos homens” foi uma afirmação que tocou uma corda profunda em todas as pessoas no mundo quando foi dita pela primeira vez, mas nunca foi seriamente levada em consideração para pôr fim definitivamente aos conflitos.
Muitas nações ainda cogitam guerrear “caso precisem”, para estabelecer “a ordem e a paz” a despeito das terríveis misérias que produzam. O contínuo conflito no Iraque nos dá prova de que esta abordagem para um mundo mais pacífico está deformada.
As pessoas perguntam naturalmente: Como se pode evitar a guerra quando um regime monstruoso como o nazista ataca e pratica atrocidades inimagináveis com populações desamparadas? Combatê-lo pelas armas poderia ser a única possibilidade, pois não está certo observar passivamente a opressão e o mal como vimos no Holocausto.
Por outro lado, toda guerra envolve o treinamento em brutalidade sistemática e crueldade com vistas à vitória; isto também parece errado. Por desumanizar grande número de combatentes e possivelmente também de civis, a paz não pode surgir nem uma nova ordem mundial verdadeiramente progressista pode ser estabelecida. Este é um dilema para o qual nenhuma solução ética e duradoura parece possível e o mundo repetidamente enfrenta conflitos catastróficos.
O progresso da ciência e da tecnologia criou outro problema insolúvel. Não podemos retroceder a uma era primitiva. A marcha progressista da ciência não pode parar, embora coloque ao alcance de muitas pessoas que tiveram educação científica o poder de matar, aterrorizar e criar destruição de todo tipo.
Este poder certamente se expandirá e observaremos na sociedade grande insegurança pelas acções causadas por irresponsáveis desajustados, que recorrem a tácticas destrutivas por ficarem frustrados pelas pressões da vida moderna.
Também a ignorância leva à irresponsabilidade. (...). Mas pessoas “engenhosas” que pensam ter soluções – querem envolvam a matança desapiedada de milhões de focas no Canadá, milhares de camelos na Austrália, ou a produção de novas espécies de todo tipo – continuam trabalhando.
Surge a pergunta: a mesma mente que produz os problemas é capaz de eliminá-los? Um ladrão pode agir como um policial? Se não puder, a única solução prática seria efectuar uma profunda mudança na própria natureza da mente.
E isto está no coração de todos os verdadeiros ensinamentos religiosos. Jesus o disse com simples palavras: “Não se conforme com este mundo. Transforme-se ao renovar sua mente”.
A transformação depende de uma mente incondicionada de sua maneira habitual de pensar e reagir, começando com a percepção da ignorância subjacente no que parece ser conhecimento.
O que usualmente é chamado de conhecimento baseia-se numa percepção incompleta, superficial e confusa da vida.
A transformação implica em tocar no fundo dentro da consciência, de onde emerge uma compreensão mais clara e abrangente.
Os seres humanos devem compreender que em vez de rearranjar aquilo que está fora, devem purificar e harmonizar suas próprias consciências.
Uma nova mente é necessária para ver sem esforço á causa-raiz de tudo que aflige o mundo, e estabelecer um relacionamento radicalmente diferente com a vasta vida na qual existimos, como gotas no oceano».
(Extraído da revista The Theosophist, de Julho de 2005.)
Tradução: Izar G. Tauceda, MST
Loja Jehoshua, Porto Alegre, RS
P.S - recebido por email. Achei que valia a pena colocá-lo aqui,como exercício de reflexão. Boa semana.
11 novembro 2005
3 Haikais
Magnólias em Julho
Na densa folhagem
a tímida e branca flor
do olhar se esconde.
Árvores no jardim
Estavam aqui
antes de nós. Por nós são
ainda aqui.
Caminho o dia
Caminho o dia.
Penetro no nascente e
deixo-o brilhar.
N.B- a)com estes 3 haikais concorri no O Escritor Famoso
b) se puderem passem no ORGIAPOlÍTICA
e leiam o meu post ;)
10 novembro 2005
Textos recuperados III
Toda a minha vida está bem organizada.
Como engrenagem bem oleada o dia a dia flúi. Nada é deixado ao acaso.
Sou dono dos meus dias e de minha vida em cada momento. Nunca qualquer aspecto desta me surpreende, me deixa expectante ou frustrado. Até de minhas emoções estou no comando.
Sou senhor absoluto do meu tempo e da vida.
Chamo-me Celestino Fradique Brocks, tenho quarenta e dois anos e sou economista de profissão.
Solteiro militante. As mulheres entram e saem de minha vida quando necessário, quando determino. Sem lhes dar tempo a que se tornem fastidiosas e dominadoras como é de natureza nos seres frágeis e inseguros.
Tenho familiares mas vivemos de forma muito autónoma.
Como não admito ingerências as nossas relações atém-se ao socialmente correcto entre pessoas com vínculos semelhantes aos nossos.
Sempre soube interpretar bem os usos e costumes, o socialmente correcto, e viver dentro destas normas, até porque o seu uso e manutenção acaba por proteger o meu estilo e modo de vida, dando-me a quietude que desejo.
No emprego dou-me com todos os colegas, mas evito o contacto estrito e pessoal fora deste espaço.
Participo em todos os jantares e festividades da empresa. Sempre entro na recolha de fundos para aquisição de prendinhas: quando nasce uma criança, alguém se reforma ou muda de emprego e até nas situações de morte sou correcto mesmo que nada de particular me ligasse aos finados. A minha coroa de flores, acompanhada de um bom cartão, nunca falta.
Nos convívios tenho sempre um stock novo de uma dúzia de anedotas e assim surjo como um dos grandes animadores; preparo-me, é óbvio, para tais eventos, chegando ao extremo (para alguns) de memorizar umas quantas citações de gente ilustre adaptadas a cada uma das ocasiões.
Ganhei assim fama de sociável e bom companheiro, bem disposto e inteligente.
Os meus dias, a minha vida, obedecem a rotinas pré-definidas, em função dos objectivos que procuro alcançar. Guio-me sempre pelo princípio organizativo de “trabalhar por objectivos”.
09 novembro 2005
Eu e as palavras....
Hoje dei por mim a pensar nalgumas palavras de que não gosto...e outras de que gosto....
Resolvi tentar fazer uma primeira abordagem escrita.
Vejamos.
À cabeça das que não gosto:
Culpa - (em criança eliminei-a do meu dicionário e assim ensinei as filhotas. Gosto de: responsabilidade!)
Peão - (no sentido de pessoa que se desloca a pé. Peão das “nicas”. De facto! Pior designação não nos poderia ter sido atribuída. Parece-me uma categoria para manuseamento. Tipo: usar e deitar fora)
Coitado/a – qualquer “coisa” miserável. Digo coisa e não pessoa. Há sempre um desmerecimento que a palavra arrasta e se cola aquele a quem assim designam. (Lembra-me o último pingo de humanidade de alguém já caído e absorvido pelo pó do deserto)
Caridade – pode ser uma coisa boa.... Confesso-me marcada pelo teor da caridade que, ao longo da vida, vi ser praticada, imbuída de uma falsa humanidade e paternalismo. Tipo: vamos lá ser bonzinhos para com os pobrezinhos (atenção que cheguei a pertencer à Conferência Feminina de S. Vicente de Paula. Vi por dentro. Cheira-me muito a hipocrisia)
Ffico por aqui. Por ora.
Gostava que comentassem o que digo e me deixassem as vossas palavras! As não amadas!
* O efeito é mesmo o de fosco. Difuso. Não é desfocagem.
Post Scriptum - no que uma pessoa se mete...Mete-se em atalhos e entra/fica, em trabalhos!
Como não abro a maioria dos comentários que usam Java e/ou Haloscan, resolvi ADICIONÁ-LO, na esperança de assim resolver os problemas...Bom, perdi todos os comentários que tinham colocado no blog (já tenho visto, noutros blogs, mais do que um sistema de comentários e pensei que assim ia ficar) e continuo a não entrar nos vossos.....ORA BOLAS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
08 novembro 2005
B'dia avó & Um novo blog surgiu
06 novembro 2005
Um ABRAÇÃO
Hei, quem foi...
o malandreco ou a malandreca que trouxe uma GA-LI-NHA para a festa???????
Já cá tínhamos cães e gatos em fartura, bem como toda a bicharada devida, mas uma ga-li-nha.????...Perversa mente!!!!
O que vale é que não passou de um sobressalto...Continuemos com a nossa festa, pois a ZICA estava alerta e expulsou a ave...rara!
Textos recuperados II
Hoje decreto feriado.
HOJE DECRETO QUE É FERIADO!
Se se cruzarem com alguém que sorrindo vos diga: "BOM-DIA", saberão que, muito provavelmente, passaram por mim, ou outrem que usou o seu poder de decretar feriados.
04 novembro 2005
Hoje estou aqui!
POST SCRIPTUM (20h23) _ Agora sinto-me mal! Como é que o texto criou tal equívoco? Leio e volto a ler e. ..não sei, mas peço que desculpem a falta de clareza.
Não vou ser mãe. Já fui! Por três vezes. E avó uma.
Ser mãe está agora, biológicamente (por vias normais), fora do meu alcance.
Sou eu que vou (re)nascer. Domingo começo a viver um novo ano
e quis partilhá-lo convosco.
Como diz um amigo: entro na idade "sexy"...
OBRIGADA POR TODA A TERNURA, POR VÓS, AQUI OFERTADA.
03 novembro 2005
Descobri este teste e...esta "casa" nova
You are the little prince.
Saint Exupery's 'The Little Prince' Quiz.
brought to you by
PROXIMIZADE
01 novembro 2005
Mistérios da mente
O que vocês vão ler agora é um trecho retirado da revista Super Interessante de Julho 2002 ...
«A mente humana grava e executa tudo que lhe é enviado, seja através de palavras, pensamentos ou actos, seus ou de terceiros, sejam positivos ou negativos, basta que você os aceite. Essa acção sempre acontecerá, independente se traga ou não resultados positivos para você.
Um cientista de Phoenix - Arizona - queria provar essa teoria. Precisava de um voluntário que chegasse às últimas conseqüências. Conseguiu um em uma penitenciaria. Era um condenado à morte que seria executado na penitenciária de St Louis no estado de Missouri onde existe pena de morte. Propôs a ele o seguinte: ele participaria de uma experiência científica, na qual seria feito um pequeno corte em seu pulso, o suficiente para gotejar o seu sangue até a ultima gota final. Ele teria uma chance de sobreviver, caso o sangue coagulasse. Se isso acontecesse, ele seria libertado, caso contrário, ele iria falecer pela perda do sangue, porém, teria uma morte sem sofrimento e sem dor.
O condenado aceitou, pois era preferível do que morrer na cadeira eléctrica e ainda teria uma chance de sobreviver. O condenado foi colocado em uma cama alta, dessas de hospitais e amarram o seu corpo para que nao se movesse. Fizeram um pequeno corte em seu pulso. Abaixo do pulso, foi colocado uma pequena vasilha de alumínio. Foi dito a ele que ouviria o gotejar de seu sangue na vasilha. O corte foi superficial e não atingiu nenhuma artéria ou veia, mas foi o suficiente para ele sentisse que seu pulso fora cortado. Sem que ele soubesse, debaixo da cama tinha um frasco de soro com uma pequena válvula. Ao cortarem o pulso,abriram a válvula do frasco para que ele acreditasse que era o sangue dele que está caindo na vasilha de alumínio. Na verdade, era o soro do frasco que gotejava. De 10 em 10 minutos, o cientista, sem que o condenado visse, fechava um pouco a válvula do frasco e o condenado pensava que era seu sangue que estava diminuindo.
Com o passar do tempo, foi perdendo a cor e ficando fraco. Quando os cientistas fecharam por completo a válvula, o condenado teve uma parada cardíaca e faleceu, sem ter perdido sequer uma gota de sangue.
O cientista conseguiu provar que a mente humana cumpre, ao pé-da-letra, tudo que lhe é enviado e aceito pelo seu hospedeiro, seja positivo ou negativo e que a morte pode ser orgânica ou psíquica. Esta história é um alerta para que filtremos o que enviamos para nossa mente, pois ela não distingue o real da fantasia, o certo do errado, simplesmente grava e cumpre o que lhe é enviado.»
"Quem pensa em fracassar, já fracassou mesmo antes de tentar". Somos o que pensamos e acreditamos ser".
(Autoria desconhecida)