28 julho 2005
No Congresso dos 75 anos de, A Selva, de Ferreira de Castro - 1º olhar e sentir
27 julho 2005
Somos um país
Uns já cavaram, outros vão cavar e os que ficam são nabos!»
(Fonte desconhecida)
Post Scriptum- vou estar sem postar até para a semana. Posteriormente tentarei dizer algo sobre o congresso Internacional dos 75 anos de, A Selva, de Ferreira de Castro. Vão estar presentes estudiosos mundiais, maioritariamente brasileiros, dado a obra se referir aum dado momento de exploração da borracha (e do homem) na selva amazónica. Até para a semana.
26 julho 2005
Ainda a propósito de, A SELVA de Ferreira de Castro
Li o livro A Selva, nos meus 14 anos.
Aqui, o verbo"li" é uma mera forma de dizer.
De facto lembro-me do cansaço que este livro me provocou e de que só o acabei por decisão e não vontade.
Muito descritivo, achei. Li mais duas obras de Ferreira de Castro e foi ainda essa a minha opinião.
Há um mês (re)li-o - de facto foi quase uma primeira leitura!
E foi de um fôlego e de forma empenhada que mergulhei naquela selva - a da Amazónia e a das emoções.
Destaco uma frase do autor, Ferreira de Castro, no Pórtico de
A selva:
«Não somos hoje o total que fomos ontem, nem teremos amanhã,integralmente, o nosso mundo de agora. Eu sinto isto muitas vezes, num apelo ao meu «eu» de outrora, numa busca minuciosa entre os escombros do que fui e os pilares que ficaram de pé, a sustentar o que sou.»
25 julho 2005
Congresso Internacional dos 75 anos de: A SELVA
24 julho 2005
As velhas senhoras
AS VELHAS SENHORAS
Há mais de setenta anos que se lembra do maciço de hidrângeras ali, no final do canteiro, encostado àquela velha parede.
Apesar de ocupar o fim do canteiro o arbusto sempre crescia e alastrava de tal forma em folhagem e flores que a impressão era dominadora, ocupando-o quase todo, pelo menos visualmente.
A velha senhora está sentada, na cadeira que fora de sua mãe e de sua avó antes dela e sabe lá de quem mais, gozando a fresca do final do dia, sentindo a revigorante brisa, carregada de maresia, quando dos lados da cozinha, altissonante, soa a voz da Adelaide: “menina, não apanhe frio, olhe as pneumonias....”.
Ri-se ternamente dos cuidados de Adelaide e da designação carinhosa com que a trata apesar da viuvez e da idade: menina!
Este tratamento vem da infância, quando com doze anos esta veio servir para casa dos pais, para fazer companhia à “menina”, nos folguedos.
Sete anos as separam, bem como o estatuto social. De resto, foram amigas, confidentes e cúmplices ao longo de toda a vida.
Nunca uma falhou à outra.
(Excerto do conto com o mesmo nome)
23 julho 2005
Para animar, ou nem por isso!
Estão vendo a vossa empresa????
Eu estou vendo muitas k conheço.....
«Em Nairóbi, Quênia, depois de um criterioso processo de recrutamento com entrevistas, testes e dinâmicas de grupo, uma grande empresa contratou um grupo de canibais para fazerem parte de sua equipe.- Agora vocês fazem parte de uma grande equipe, disse o Diretor de RH, durante a cerimônia de boas vindas.- Vocês vão desfrutar de todos os benefícios da empresa. Por exemplo, podem ir à lanchonete da empresa quando quiserem para comer alguma coisa.Só peço que não comam os outros empregados, por favor!Quatro semanas mais tarde, o chefe os chamou:- Vocês estão trabalhando duro e eu estou satisfeito. Mas a mulher que serve o cafezinho desapareceu. Algum de vocês sabe o que pode ter acontecido?Todos os canibais negaram com a cabeça.Depois que o chefe foi embora, o líder canibal pergunta a eles:- Quem foi o idiota que comeu a mulher que servia o cafezinho?Um deles, timidamente, ergue a mão. O líderdiz-lhe:- Mas tu és uma besta, mesmo! Nós estamos aqui, com essa tremenda oportunidade nas mãos. Já comemos 3 diretores, 2 superintendentes, 5 assessores, 2 coordenadores, e uns 3 gerentes, durante essas quatro semanas sem ninguém perceber nada. E poderíamos continuar ainda por um bom tempo.Mas não... Você tinha de estragar tudo e comer logo a tipa do café....Uma pessoa que faz falta!!!!»
(esta chegou-me por e-mail)
22 julho 2005
A verdade às vezes doi
«Tempos houve em que os demónios falavam, e o mundo os ouvia; mas depois que ouvia os políticos ainda é pior o mundo.»
Padre António Vieira
Sermão de Sexagéssima
21 julho 2005
Bem-vindos "mutuns"
Neste virtual espaço vamos conhecendo gente, pelo que expressa, claro.
Identificamos afinidades no pensar. Criamos cuplicidades (grandes e pequenas) e solidariedades que extravasam o nosso pequeno espaço/universo.
Um amigo que está lá longe, no Brasil, mas que está perto do meu sentir, pela gentileza e informada cultura que sempre demonstrou, iniciou um blog
ilha dos mutuns
Convido-vos a visitá-lo e a apoiá-lo como só vocês sabem fazer, gentes boas do meu país.
19 julho 2005
Informação e apelo
INFORMAÇÃO E APELO HUMANITÁRIO
Chegou-me a informação e o apelo através de carta dos Médicos do MUNDO.
SABES (eu não sabia) que existe um medicamento que evita a transmissão da SIDA de mãe para filho no momento do parto?
(E isto sei que sabes: a SIDA é um flagelo em MOÇAMBIQUE E NECESSITA SER TRAVADA!)
CUSTA APENAS 25,00 Euros: a neviparina.
Cada um de nós pode ajudar uma criança a nascer livre deste flagelo, quase sentença de morte pronunciada no acto do nascimento.
Para tal basta enviar um cheque de 25,00 Euros para MÉDICOS DO MUNDO, Apartado 14321, EC 5 de Outubro, 1064-970, Lisboa
Se quiseres mais informações, por favor visita o site:
MÉDICOS DO MUNDO
«A SIDA EM MOÇAMBIQUE:
-População contagiada: 1.200.000 pessoas
-Camas ocupadas por doentes com SIDA: 90%
-Esperança de vida em Moçambique: 43,8 anos
-População que vive com HIV: 1.300.000 pessoas
-Número de mortes por HIV: 110.000 (em 2003)
-Casos de SIDA diagnosticados por dia: 700, entre os quais 140 crianças
-População com acesso a serviços de saúde: 30%
-população no limiar da pobreza: 80%
-Crianças órfãs por causa da SIDA: 600.000. estima-se que, em 2010, este número alcance o milhão.»
(Fonte: MÉDICOS DO MUNDO)
16 julho 2005
Lamúrias e elogio
Há dois meses (já lhe perdi a conta), que solicitei à netcabo a transferência da minha conta para outra morada (depois de previamente ter feito um telefenomena para os respectivos serviços a informar-me).
De semana a semana, ou a cada quinze dias, faziam nova solicitação a que fui dando resposta.
Depois de uma espera imensa e inglória há dois dias, pelas 20h40 e...., ligaram-me a dizer que podia trazer o meu kit (moden) e que estava finalizado o processo, podendo usufruir, em pleno do acesso directo solicitado.
Dois ou três minutos depois o telefone voltou a tocar. Era o mesmo funcionário, da mesma empresa (Netcabo) a informar-me de que afinal não podiam satisfazer o meu pedido. Que a melhor solução seria dar baixa do meu serviço e activá-lo na actual residência...Claro que cada activação teria um custo de Euros 25,00 e seria demorado. Coisa aí para um mês.....
Por acaso a Netcabo pertence à função pública? Alguém me informa? Eis o expoente máximo da inoperância e burocracia.
Mas a função pública é que tem a fama, em exclusividade....
Talvez algum dia me apeteça escrever sobre esta matéria. Bu(r)rocracia!
P.S - claro k continuo sem net e pago ao mês (+ ou - 35,00 euros) numa casa onde não é utilizada....Socorro, tirem-me deste filme.....
2 - ELOGIO
Ontem, ao dar um pequeno passeio após jantar, vi duas jovens mulheres pararem nos sítios mais improváveis de apresentarem algo atractivo, dobrarem-se e apanhar algo. Andavam, paravam, dobravam-se apanhavam qualquer coisa, recomeçava o passeio e os gestos repetiam-se.
A curiosidade espicaçou-me. O que poderiam estar apanhando se até as ervitas, para além de enfezadas eram secas, nascendo nos interstícios rochosos. Abrandei o passo e olhei.
Recolhiam tampas de plástico, retirando-as das garrafas que as pessoas atiram para o passeio, cais e meia-laranja, abandonando-as como lixo assim sujando o espaço público...
Sorri e inquiri se para algum familiar ou conhecido. Que não. Que era para mandarem, para quem necessitasse para
TAMPINHAS
Um belo exemplo.
O fim do dia ficou mais colorido e cheio de sorrisos activamente solidários pela atitude destas duas jovens mulheres.
E ainda há quem não acredite na juventude....
11 julho 2005
Sentir do dia
Sentir do dia Hoje o dia levantou-se lesto, antes mesmo de o sol nascer. Pulando num pé só foi por sí, fazendo tropelias. O vento varria o mundo em redemoínhos. Quentes como boca de fornalha. Insolente escancarava as portadas das janelas, silvando, entre o zangado e o irónico, quando por elas, o caminho encontrava barrado. Quando lograva os seus intentos, e tal era a sua força que difícil era resisitir-lhe, corria as casas em novelos de movimento, pó, zunidos e murmúrios lembrando vozes, perdidas no nevoeiro. As águas do rio corriam, frenéticas, como que enlouquecidas, em busca do perdido caminho para o mar. O mar abria-se num a imensidão plana de azúis , pontilhada por brancas cristas de espuma quebrando-lhe a lisura. Por dentro da casa o mar alastrava deixando um perfume a algas e maresia, carregado pelos ventos, quase obrigando as gentes a lembrarem-se de que esta é uma cidade marinha. No ar as aves, até as grandes gaivotas, enrodilhavam-se no voo. Adernavam. Abruptamente inclinavam-se, como se perdido o norte, o prumo. Em total desequilíbrio provocado pelas furiosas e murmurantes rajadas de vento. O mundo andava à deriva dos ventos, quentes como boca de fornalha, queimando a pele, entrando agressivamente nas casas, em busca de sombra e acalmia. Enquanto isto, o país ardia. Porto, domingo, 10 de Julho de 2005 (Foz do Douro) |
10 julho 2005
Balada do país que dói
Balada do país que dói
O barco vai
o barco vem
português vai
português vem
o corpo cai
o corpo dói
português vai
português cai
o barco vai
o barco vem
português vai
português vem
o país cai
o país dói
o tempo vai
o tempo dói
português cai
português vai
português sai
português dói.
Ana Hatherly
In: DE PALAVRA EM PUNHO; ANTOLOGIA POÉTICA DA RESISTÊNCIA, DE FERNANDO PESSOA AO 25 DE ABRIL(Organização e apresentação: José Fanha).Porto: Campo das Letras(195-196)
06 julho 2005
à memória de David Mourão-Ferreira
33. à memória de David Mourão-Ferreira E a mão despede-se da voz, lenta, escutam-se os derradeiros passos pela ponte vecchia, um corpo desliza entre as sombras, aonde está lisboa? é um murmúrio nas páginas de um livro abandonado, frágil, orfeu não pegou nos remos, nem morreu às mãos das mulheres: entre os seus versos, nome da idade da terra, entre deuses e homens, david passeia pelas pedras de carnac, despede-se despede-se eros, livre, livre na praia do paraíso, MOUTINHO, José Viale (2004). SOMBRA DE CAVALEIRO ANDANTE. Porto: ASAS (158) Post scriptum: recebi hoje um email da netcabo a dizer k o assunto da ligação está quase normalizado....mês e meio, já foi.... |
03 julho 2005
Pegada no asfalto
Pegada no asfalto |
No asfalto, com criterioso cuidado, lenta e minuciosamente, imprimi minha pegada e sorri de leve, de mim para mim.
De mim....
Como todas as pegadas que deixamos esta será apagada (e bem) pelas posteriores.
02 julho 2005
Murcharam as roseiras, no caramanchão
Não era este o poema que queria dedicar a uma amiga.
Como estou fora de casa e nem o computador é meu, não consigo localizar o poema.
Ofereço-lhe este e depois far-lhe -ei chegar o outro.
Murcharam as roseiras, no caramanchão,
Silenciaram-se as vozes, contra a pedra nua.
É preciso dizer-lhes que a vida continua.
Levante-se o silêncio, em súbito cantochão.
(Por Tmara, in:O LUAR DA ESPERA)
01 julho 2005
Desconstruíndo histórias infantis...
«...em uma terra não muito distante, uma princesa bonitinha, independente; antenada; cheia de planos e transbordando auto-estima deparou-se com uma simpática rãzinha enquanto contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso lago de seu castelo estava de acordo com as conformidades ecológicas e politicamente correcto.
A rã rapidamente pulou em seu colo e disse:
- Linda princesa, já fui um príncipe muito bonito.
Uma bruxa má me jogou um encanto e eu me tornei essa rã esquisita!
Um beijo seu, no entanto, pode transformar-me de novo em um belo príncipe!
E assim, poderemos nos casar e constituir uma linda família em seu aconchegante castelo.
Mamãe poderia vir morar connosco e você poderia preparar meu jantar; lavar minhas roupas; tirar a terra das minha chuteiras, criar nossos filhos e seríamos felizes para sempre...
Naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã "à sautée", acompanhadas de um cremoso molho cebolado e de um finíssimo vinho branco, ela sorriu assim meio de cantinho de boca e pensou consigo mesma:
- Nem morta!!»