28 agosto 2006

TEXTOS DE ONTEM E DE SEMPRE – I (VIVER)


É como uma sombra. Sempre à minha frente.

Não é uma “sombra”, com a natureza reconhecida das sombras.


Esta é transparente.

Invisível mesmo.

Sinto-lhe a presença porque, como predadora, aguarda o meu próximo movimento, o passo seguinte e antecipa-se.

Esbarro em portas fechadas. Que se não (me) abrem.

Nunca! (ou assim o sinto).

Sinto-a então a meu lado. Sem gaúdio nem escárnio. Parece até não retirar qualquer prazer do jogo de gato e rato que comigo joga.

Sinto, ouço-lhe ecos de pensamentos.

Poderei dizer que me parecem algo tristes e até fatalistas quando afinal a sua acção prévia de fechar todas as portas, janelas, clarabóias, alçapões até, só a mim prejudica e transmite, ou poderia transmitir, uma sensação de frustração.

Isto de bater constantemente a portas que recusam abrir-se – nem sequer um olho espreita pelo óculo...nada de nada, nenhuma resposta.

Portas fechadas.

Como muros do mais sólido material que imaginar possamos – causa desgaste, desmotiva. Frustra.

Mas lá volto à análise da acção, do movimento, das possíveis causa e recomeço.

Parto para provável nova batida de cabeça contra invisíveis e insensíveis muros.

Mesmo os de carne e osso onde o sangue corre, vivo e quente.


Mas continuemos o jogo.

Talvez me queira dizer que é outro o caminho...

Veremos até onde vamos e onde chegarei.

*********- Persisto. Sempre persistirei.

************- Não sei ser de outra maneira.

Em tempo: ontem a imagem não entrava.


10 comentários:

Teresa David disse...

É preferível partir as paredes e muros á cabeçada, se for preciso, do que ficarmos prisioneiros e claustrofóbicos. Porque nada chega ao olhar o sol ou uma nocturna estrela, que nos mira do alto sem recriminações.
E na vastidão de gente sempre encontraremos quem nos seja afim e gratificante para trocar experiências e sentires de vida.
Um abraço
TD

M. disse...

Há sempre uma porta que se abre. Às vezes tem é que se esperar um bom bocado.
Um abraço.

Anónimo disse...

há força quando acreditamos...
beijos

Marta Vinhais disse...

A minha porta está sempre aberta e venho deixar-lhe um sorriso...
Obrigada pela visita.
Beijos e abraços
Marta

por um fio disse...

A persistência é um dom.
Também me estor a esforçar por ser persistente.
Obrigada.
Beijinho
:)

Minda disse...

Acreditar é preciso... e saber esperar também. Desistir é que nunca! Lindo poema. Excelente blog. Parabéns.

Licínia Quitério disse...

Obrigada pela visita. O teu blog está muito bonito. É bom que persistas e resistas.
Beijos.

douglas D. disse...

persistir...sim!

Daniel Aladiah disse...

Querida Tmara
Pois... mas é preciso persistir... bate e abrir-se-te-á... acredito nisso! Estamos todos no mesmo barco, poucos são os que nascem com uma estrela que tudo parece facilitar. A vida é luta e eu continuo...
Um beijo
Daniel

Guilherme F. disse...

Faz algum tempo que não falamos..ou será que foi o tempo que quiz dar-nos um intervalo (um silêncio) para respirarmos..? Seja o que for soube bem o regresso.
E..se te faz escrever..que seja suficiente...
Bjs