As primeiras imagens k associei à palavra foram da natureza, do planeta.
Das suas formações e vida.
Pensei: “física”= estudo, conhecimento do mundo e seus fenómenos.
Vieram-me à cabeça algumas leis da física estudadas no liceu.
Pensei que poderia construir rudimentares aparelhos: roldanas, alavancas - por aí - e fotografar.
Depois começaram a surgir imagens da natureza que guardei em fotografias, muitas formações rochosas onde se pode ver, nas fracturas, a sua evolução e estrutura (macro).
O pensamento de como a física e a química andavam de mãos dadas intensificou-se.
Pensei escrever numa folha de papel a fórmula de uma lei da física, ou fotografar um dos instrumentos vitais para o seu estudo: telescópio; microscópio... Ou um banal, como o telefone, a telefonia, máquina de lavar, os óculos que uso....etc
Tanta ideia a fervilhar.
Cada palavra proposta desencadeia processos mentais absolutamente inesperados.
Passei, ou melhor, voltei, para imagens da natureza: um arco-íris (tenho algumas fotos), a decomposição da luz; plantas, etc...
Em simultâneo a ideia de "representar" esta palavra/ideia/conceito com corpos humanos, em bailado, não me abandonava.
A ultrapassagem das leis, a lei da gravidade interrompida pela vontade e leveza. Dos corpos e do bailado.
Corpos, representação da natureza - árvore florida ou com frutos.
Outras – microcosmos onde as leis da física coexistem.
Hesitei, decidi, enviei.
Voltei a hesitar, reenviei e pedi anulação da anterior.
Ganhou o corpo humano – tudo nele contido: células, átomos, etc...
O microcosmos em nós.
E a vontade de ultrapassar seus limites.
E é uma dessas fotos, tirada a um bailado, que no final, em mim, ganhou a luta de ideias e pode ser vista em “PALAVRA PUXA PALAVRA”
P.S - surge como post-scriptum não porque seja menoss importante, mas porque é só um lembrete: hoje à noite, no Salão Nobre da Junta de Freguesia de S. Mamede de Infesta apresentação de novo livro de poesia Maria Mamede