11 março 2007

Foi só um som


foi só um som.

penetrou minha
consciência, do
corpo ausente,
e de volta a trouxe.

não foi um som
enorme
assustador.
mas foi um ...BUMMMM
como que amortecido
vindo das entranhas
da vida
e a consciência soube
que era
um som de muita dor.

de longe vindo
por isso amortecido
e não assustador
mas a consciência
soube.

soube que era
um som
cheio de dor
e foi tanta a dor
que a consciência
sentiu
que se propagou
a todo o corpo,
nervo a nervo,
e o corpo gritou
a dor de tantas vozes
que se tornou esmagadora.




A todos os 11 de Março e outros.
A todos os dias em que os homens se matam uns aos outros

6 comentários:

isabel mendes ferreira disse...

excelente!!!!!!!!!!!


excelente saber de ti....



Doç....


beijos. mil.

Manel do Montado disse...

Curvo-me em respeito e silêncio por todas as vítimas da estupidez humana.
O teu poema é, também, uma justa homenagem aos que pereceram.
Bj

Spiritus Lupus disse...

Adorei aqui passar...
Virei sempre.

Daniel Aladiah disse...

Tanto assim, que foi esquecido o nosso 11 de Março. Talvez nem valha a pena recordar.
Um beijo
Daniel

Anónimo disse...

Existem sons que trazem a morte dentro deles, e uma mágoa que permenacerá para toda a vida, remetendo ao silêncio da perda, quem por cá ficou.
Bjs
TD

M. disse...

Bela homenagem.