20 dezembro 2009

acrósticosde e quadras sobre o Natal

Não é quando
Alguém quiser
Tão pouco todos os dias.
Alguns, poucos, em que
Leves as almas se descobrem.

13 dezembro 2009

Desafio aberto em torno do NATAL - Já chegou colaboração amiga leiam p.f.


Amizades gostaria de contar convosco neste espaço. O desafio: fazer acrósticos ou quadras, sobre o Natal. Diferentes olhares e sentires que esta quadra despoleta. Depois é só enviar-me (Tostimara@gmail.com) e serão aqui colocados. Do que sentimos e pensamos dizendo. 


(a enviar aos participantes)

Esperança de Natal



Nasce o dia e nasce o ser
Alumia-se o dia
Tudo explode em alegria
A alma envolve o mundo
Luminosa brilha a paz.
Conceição Paulino/TMara
:::::::::::

Incapacidade do ser

 

Nada  
Alcança o
Todo
Amor e
Liberdade

Conceição Paulino/TMara


::::::::::::

Dentro do Natal cabem Natais.
Tantos, tão diversos entre si
Como o sentimento em mim e em ti.
Uns nada têm, outros têm demais.

Conceição Paulino/TMara
;;;;;;;;;

No dia em que a estrela se
Alumiou, nasceu nas longes
Terras da Palestina uma
Alma singela, de belos cabelos
Lisos, cor de príncipe,

el rei-princípe dos Natais, filho do criador do Amor e das criaturas!

::::::::::::::::
Ninguém liga ao que Ele disse
Apesar de nas costas o peso
Transportar. Uma igreja de
Almas. Outras de pedra e cal.
Látegos sempre a zurzi-lo(nos).
Conceição Paulino/TMara
:::::::::::::::::::
Natal é nascimento e vida
Alma que brilha, canta e vibra
Terra que embala e alimenta
Agua de todos límpida e pura
Luz qu’ilumina os corações.

Conceição Paulino/TMara

:::::::::::::

Nasce-se e morre-se. Breve passagem.
Aqui e agora por bem ou mal
Todos somos fruto e semente igual.
Alguns esquecem-no ou ignoram-no
Lobos ferozes de seus irmãos.
Conceição Paulino/TMara
:::::::::::::::::::::::
Não há palavras amargas
Apenas sonhadoras
Tecem nas cores a esperança
A paixão, a alegria, o riso
Leves traços na vida….


:::::::::::::::::::::::

Não nego o meu sorriso
A uma criança traquina
Tenho lágrimas nos olhos
Ao vê-la tão feliz e cheia de vida
Lance sempre no ar a sua gargalhada
::::::::::::::::::::::


08 dezembro 2009

a poeta Florbela Espanca nasceu e morreu a 8 de Dezembro



Aleatoriamente abri o livro e escolhi um soneto que partilho em homenagem à grande sonetista e mulher de incompreendida dimensão.

Perdi os Meus Fantásticos Castelos


Perdi meus fantásticos castelos
Como névoa distante que se esfuma...
Quis vencer, quis lutar, quis defendê-los:
Quebrei as minhas lanças uma a uma!


Perdi minhas galeras entre os gelos
Que se afundaram sobre um mar de bruma...
- Tantos escolhos! Quem podia vê-los? –
Deitei-me ao mar e não salvei nenhuma!


Perdi a minha taça, o meu anel,
A minha cota de aço, o meu corcel,
Perdi meu elmo de ouro e pedrarias...


Sobem-me aos lábios súplicas estranhas...
Sobre o meu coração pesam montanhas...
Olho assombrada as minhas mãos vazias...

* Florbela Espanca nasceu a 8 de Dezembro de 1894, suicidou-se a 8 de Dezembro de 1930, em Matosinhos.

05 dezembro 2009

CONVITE - "NÃO SE BRINCA COM FACAS", novo livro de José António Barreiros

Estão convidados e será um gosto encontrar-vos no lançamento do livro deste amigo, dia 15 do corrente, 18H30, Espaço Chiado.


E agradeço divulgação junto dos vossos contactos - quantas vezes não comparecemos porque desconhecemos ou só sabemos à posteriori?


03 dezembro 2009

como, simultâneamente, se pode ter e não ter razão


novelo de raciocínios
novelo no raciocínio
novelos
embrulhos
confusões
ausência de pensar
ausência de parâmetros
novelos
em que, por vezes,
me enredo.

novelos em que nos enredamos.

peguemos numa ponta: fim-de-semana de 28 e 29 de Novembro. Os meteorologistas - nos diversos canais da TV - informaram,em consonância: descida de temperatura e nevões nas terras altas. Ora Portugal não tem muitas terras altas, nem terras muito altas.  É fácil saber a que terras se referem. Quais as zonas do país abrangidas e onde, usualmente, neva. As nossas terras altas. No dia 30 ouvi, no noticiário matinal (já não sei em que canal), um chefe de família muito indignado,mas muito indignado mesmo: vem uma pessoa passear cai um nevãozinho e fica-se refém. ninguém avisa, ninguém diz  nem faz nada....fica-se refém...
Meio adormecida pensei: pois é! o homem tem razão, deviam ter avisado.
O meu cérebro entrou em estado de alerta e os neurónios que já haviam acordado alertavam-me: e então os avisos constantes nos últimos dias sobre a queda dos nevões nas terras altas? afinal o homem tem ou não tem razão para estar indignado?

* Imagem retirada do Google 

01 dezembro 2009

Crime, disse o agente funerário!


Manuel Chaganças foi encontrado morto em sua casa, lugar da Lomba, freguesia de  Santo António, em Vagos.
A família chamou a GNR  e a delegada de saúde que depois da devida observação deram autorização para preparar o corpo para o funeral passando a necessária certidão de óbito atestando morte natural.
O agente funerário, ao lavar o corpo, identificou vários cortes (frescos) no dito corpo e um fundo golpe  no pescoço.
O agente funerário chamou a judiciáia que, perante os factos, passou a investigar um homicídio.

28 novembro 2009

triste faduncho derivativo e desnorte


A economia pretende ser uma ciência. Tem objecto, método e tudo o mais que necessário é considerado. Estriba-se na mais pura das ciências exactas: a matemática. Construíu premissas sobre as quais toda ela assenta. Criou o homo ecoenomicus e mais umas ficções a que as poderosas máquinas de marketing ajudaram a dar corpo. Criaram necessidades que agora nos parecem básicas no estilo de vida denominado ocidental no qual e do qual há cada vez mais excluídos porque os rendimentos que auferem com a força do seu trabalho assim os mantém. Excluídos lutando por assegurar a mera sobrevivência. Tudo em nome da economia, coisa abstracta que devendo gerar riqueza distributiva, se centra mais e mais na mão de uns quantos que exploram, cada vez mais, a força de trabalhos de todos os outros; que, em nome da economia, fecham portas, os despedem, pagam salários vergonhosos sancionados pelas leis e por eminências pardas que vivem numa irrealidade em que tudo são abstracções, números e percentagens onde as pessoas não entram, não têm lugar nem visibilidade e são despidas de qualquer importância. Meras abstracções.

Em nome da economia são pedidos esforços sempre aos mesmos. Os que vendem a força do seu trabalho.
Em contrapartida são dados benefícios – fiscais e outros saídos do erário público - sempre aos mesmos – empresas e empresários.

E Portugal deriva.
   • No final de 2008 a dívida portuguesa atingiu os 108%;
   • 548 mil pessoas (9,8% da população activa) encontra-se no desemprego;
  • 150 mil pessoas já não procuram trabalho nos circuitos institucionais. Ou estão subempregados ou procuram negócios via Internet;
  • Nas obras públicas a derrapagem em duas frentes continua a existir e a crescer. Assim, segundo o Tribunal de Contas, as obras públicas derraparam entre 25% e 29,5%. A nível de prazos – dilatação dos mesmos – a derrapagem varia entre 1,4 a 1,6 anos para além do contratado e previsto;
  • Num período de crise mundial como o que temos vivido desde há cerca de um ano os cinco (5) maiores bancos a operarem em Portugal – Caixa Geral de Depósitos; BES; BCP; BPI e Santander - nos três(3) primeiros meses de 2009 (crise mundial aguda) somaram um lucro de 533 milhões de euros.

Fonte: J.N (Jornal de Notícias) 2009.11.20

24 novembro 2009

Justiça popular? Não,obrigada!

Há casos de corrupção em excesso (um já o seria, mas poderíamos julgar/pensar, ser a excepção). Há casos, muitos, demasiados, envolvendo figuras públicas, políticos e não só - lembro o caso Casa Pia.
Há os denominados casos/crimes de colarinho branco que engobam estes e muitos outros e se arrastam morosamente anos e anos, até muitos prescreverem ou serem arquivados sem que ocidadão comum saiba bem ou compreenda as razões ou desrazões de tal, tanto mais que todos sabemos que quando um crime similar (não na mesma escala de grandeza, é cometido por um desses cidadãos comuns e anónimos a justiça chega a ser veloz (então se comparamos o tempo de julgamento e sentença em ambas as situações é-o mesmo) e mesmo feroz na pena aplicada.  Sei que  hoje em dia a justiça é um factor de desconfiança social instalado (que partilho) e que o descrédito nos nossos políticos também. Mas outra coisa sei. Sei que ninguém é culpado até prova em tribunal e se, por um qualquer acaso, tiver o azar de ser apanhada em qualquer teia a última coisa que gostarei é de um julgamento em praça pública público. Da mesma forma posso, irformando-me, formar opinião - e garanto-vos que o faço - sobre os casos que vão sendo mediatizados e a que temos "algum" acesso. Foi assim com o da menina Joana, com o da menina Madeleine, o  da Casa Pia, o FreePort, o do sucateiro _ o mais recente_ e tantos tantos outros antes destes e em simultâneo, os submarinos, autarcas,bancos, etc
Já por várias vezes tenho dito e reafirmo que o estado português não se pode considerar uma pessoa de bem se analisarmos a forma de actuação tantas e tantas vezes sobre o cidadão anónimo - sempre e só - com dois pesos e duas medidas. .
Mas recuso entrar no jogo de "culpar" quem quer que seja. Posso pensar que  a pessoa X ou Y tem fortes possibilidades de ser de facto culpada, mas não faço e-mails sobre a matéria, não gosto de os receber porque recuso a justiça popular cega.
Com todas as dúvidas sobre o funcionamento do nosso serviço de justiça devo manter-me atenta (formar opinião o mais fundamentada possível e se encontrar foma de a veicular para que possa produzir algum efeito faço-o) mas confiar (desconfiando = estar atenta) que este faça - de facto - com eficácia, rapidez  e isenção o trabalho que esperamos dele para bem da democracia e do país.

20 novembro 2009

eis algo que me dá nós no pensamento

Esta a frase ouvida ontem na boca do Pivot do Jornal da uma na SIC:

«É um crime ainda sem explicação. Em Mangualde uma mulher morreu, assassinada pelo namorado» (SIC,19-11-2009, Jornal da Uma)

e os nós no meu cérebro, pensamento, racionalidade, emoções são porque nem sequer compreendo que algum crime tenha explicação porque uma explicação é algo que faz sentido. Matar alguém não faz, não tem, não pode ter....sentido!

05 novembro 2009

parque - poema sobre a palavra do fotodicionário

Esta semana no Fotodicionário a palavra escolhida para representação fotográfica foi esta: PARQUE.
Sobre a palavra escrevi dois poemas.Um que aqui deixo, e outro que podem ler no meu blog "A Cor da Vida".

a propósito da palavra parque



emparco!? emparco? não.
envarco! ai as consoantes
pê vê bê… embarco!
embarco num barco.

baca vaca voi boi
emparco ou embarco?
barco ou varco?
se for varco envarco.
navio ou nabio?
embarco ou envarco?
ou emparco...

se for parque emparco.

à cautela
embarco envarco
e…emparco!


Conceição Paulino
Sexta-feira, 30 de Outubro de 2009
Sobre a palavra PARQUE do Fotodicionário de 5 de Novembro
Como representação fotográfica enviei a seguinte montagem:

04 novembro 2009

escrita criativa

já passaste aqui'?
Não?!!!


Já escrevemos 10 fascículos, capítulos, episódios... o que havemos de lhes chamar?
 Aceitamos sugestões.
Esperamos-te num apeadeiro à tua escolha;))

02 novembro 2009

Escrita criativa - novo blog a 4 mãos

Minha filha Ana Eugénio e eu temos um novo blog a 4 mãos.
Chama-se " ao sabor do vento" . Basta-te seguir esta "estrada de tijolos amarelos" e vais lá dar.
O desafio, em forma de brincadeira,é cada uma dar seguimento à história iniciada.
Este foi o 1º texto, o texto de arrranque:

«apresentações

Zeca tem trinta anos e é arquitecto. Maria Rita tem vinte e nove e é enfermeira. Zeca é um homem frontal e leal. Maria Rita é uma mulher serena  e sensata. apesar de ainda se não conhecerem, são vizinhos. Maria Rita vive com os pais, ambos reformados. Zeca vive sozinho com um são bernardo. a mãe de Maria Rita ocupa os dias a controlar a vida alheia enquanto o pai joga à sueca no café.
Ana»

No momento em que te escrevo o blog tem 4 posts (entre 5 a 7 linhas cada) – começa a ler de baixo para cima pois são sequenciais

16 outubro 2009

Maitê Proença, Rede Globo e portugalidade - I

Resposta da Rede Globo; minha resposta à Rede Globo-assunto vídeo de Maitê Proença, ontem,15 de Outubro de 2009:
«degloboeuropa@redeglobo.com.br

paraTostimara@gmail.com
data15 de Outubro de 2009 21:11
assunto re: [TVGI - Portugal] Fale Conosco
Prezada Conceição,

Estamos cientes do ocorrido, e em nome da TV Globo Internacional pedimos desculpas.
A seguir está o link em que a própria atriz explica e se desculpa com a nação portuguesa.

http://oglobo.globo.com/cultura/kogut/post.asp?t=maite-proenca-pede-desculpas-me-considero-uma-portuguesa&cod_Post=231581&a

Atenciosamente,

Paloma Bachi
EQUIPE TV GLOBO INTERNACIONAL
http://www.tvglobointernacional.com.br/»
Minha resposta enviada para os órgãos de soberania Portuguesa  (P.R.; Embaixada de Portugal no Brasil) bem como embaixada do Brasil em Portugal e para a SIC (esta não respondeu ao 1º e-mail,ao invés da Rede Globo)
«deTMara

para"globoeuropa@redeglobo.com.br"
data15 de Outubro de 2009 22:07
assuntoRe: [TVGI - Portugal] Fale Conosco
enviado porgmail.com
ocultar detalhes 22:07 (Há 11 horas)

Exmos Senhores

   Grata pela vossa resposta.
Acontece que já conhecia o vídeo feito pela actriz há vários dias antes de vir a público nos media em Portugal.
Ia escrever à Rede Globo na mesma dado que foi por essa via, num programa que eu respeitava ( e que, contrariamente ao que esta afirma NÃO é um programa de humor) que a actriz "gozou, esculhambou, desrespeitou" Portugal e os portugueses - os actuais e os já mortos. E a nossa hstória.

A responsabildade é tanto dela como vossa. A ignorância e falta de cultura de que a actriz dá mostras é confrangedora.
De um analfabetismo cultural e de uma montanha de preconceitos lamentáveis que desabonam totalmente quem fez o vídeo e quem autorizou a sua passagem bem como todas as participantes na sessão daquele dia do vosso programa "Saia Justa".
O e-mail que vos enviei é posterior às falsas desculpas que a actriz aresentou.

Caros senhores não é só ela quem tem de pedir desculpas, e as desculpas que a senhora Maitê Proença apresentou são tão falsas que não têm sustentabilidade.
Basta estar atento ao vídeo, ao ridículo de tudo o que ela mostra - forma e conteúdo.
A senhora Maitê relata, como ela própria frisa, a ocorrência do não funcionamento da internet no hotel, "agora que não tenho a equipa portuguesa atrás" . Quem assim fala, para além de tudo o mais, mostra, à saciedade que está esculhambando despudoradamente de Portugal e dos portugueses. E não há como dar volta a tais factos a não ser assumindo que foi infeliz, falaciosa e preconceituosa e brincou, sem nível, connosco e com a portugalidade e a nossa história.

Quem passou, deixou passar este vídeo, é parte responsável e activa.
Ou seja, a Rede Globo, a vossa jornalista e as restantes participantes.

Maitê Proença desconhece que:
1 - o nº3, invertido ém símbolo esotérico e cabalístico fortemente associado à Vila de Sintra, Património Mundial da Unesco;
2 - que chamamos Mar da Ppalha ao Tejo e ao seu estuário por razões que deveria ter aprofundado. Suponho que os brasileiros chamam Pão de Acúcar a um penedo e sabem que é só isso, um penedo não comestível;
3- Que o claustro dos Jerónimos é um..claustro, coisa bem diversa de um pátio;
4 - que os cipreste, que denomina pinheiros, nem são da família destes últimos;
5- A brincadeira de muito mau gosto sobre os túmulos dos nossos antepassados no Mosteiro é inclassificável;
6 - Que Salazar dominou este país por 43 anos, muito mais do que os mais de vinte que refere e meter-se a fazer conjecturas como as que fez sobre a eleição em curso denomina-se ingerencia, para terminar reafirmando "achamos os portugueses estranhos....etc,etc" -o que,segundo ela, fica provado com o que descreve;
7- O acto de "cuspir" na fonte de um monumento Nacional com as referências que aquele tem ultrapassa o mero acto de falta de cidadania (mostra um baixíssimo nível de cidadania) e tem um peso acrescido ao desrespeito e ofensa que tal acto implica em qualquer local do mundo eem qualquer fonte de qualquer país,
8- pedir desculpas apelando aos seus antepassados portugueses nada significa a não ser a hipocrisia da senhora;
9- Reafirmar que o que fez era humor para pessoas "inteligentes", para lá de falso é lamentável pelo facto de continuar a pensar que os portugueses são, como dizem na vossa pátria "manés". Claro que para a actriz Maitê somos tão pouco inteligentes=burros que não compreendemos.

Não quero continuar a maçar-vos.

Só ha uma forma correcta de apresentar desculpas: é a Rede Globo fazê-lo, pelas vias institucionais e diplomáticas pois,em última instância, a responsabilidade é também vossa e já que a actriz não assume a asneirada e tenta deitar-nos poeira para os olhos cabe-vos apresentar desculpas formais e insticucionais e apurar responsabilidades levantando os autos e definindo as penalizações para todos os responsáveis pela emissão daquele lamentavelmente pobre, triste e ofensivo documentário para uma Nação inteira.

Com os melhores cumprimentos

Conceição Paulino

14 outubro 2009

Maitê Proença, Rede Globo e SIC

Para:

Rede Globo
Mónica Waldvogel
Maitê Proença

    Anos atrás via o programa Saia Justa. No tempo em que a cantora Rita Lee, fazia parte do painel.
   Agora a Rede Globo que autorizou este programa e a passagem do vídeo de Maitê Proença enfiou-se numa saia justa demais.
Como portuguesa digo-vos, não sou, não somos “manés”. Como o não foi o nosso rei D. Manuel.
          A actriz Maitê afinal é melhor actora do que a considerava através dos trabalhos que dela tenho visto dado que conseguiu passar uma imagem de ser humano preocupado com a espiritualidade e culto, convencendo-nos quase todos.
Caiu a máscara e mostrou a sua face. Inculta e arrogante como só os néscios podem ser.
         Em reacção às primeiras reacções de portugueses e brasileiros que aqui vivem e trabalham – em Portugal, claro – veio apresentar uma justificação afirmando ser aquilo que fez, humor e citando o guru sobre o auto-humor.

          Mais grave do que a incapacidade, desinformação e incultura da senhora (que afinal é mesmo “loira”) é o facto de a Rede Globo ter permitido que fosse para o ar, que a moderadora Mónica Waldvogel – cara da Globo neste programa – o tenha repassado baixando a fasquia em que a tinha desde os idos em que via o programa e que todo o painel de mulheres, alegadamente inteligentes, tenha acabado por partilhar, cumplicemente, com a burrice e a arrogância dessa actriz e só lhe chamo isto para não acirrar ânimos.

           Por mim vos digo. Essa actriz é, a partir do conhecimento deste vídeo e programa, personna não grata. Ninguém lhe pode impedir a entrada livre em Portugal, mas apelo aos portugueses, brasileiros e todos os emigrantes que aqui vivem que não a prestigiem indo vaiá-la onde quer que esteja. Como disse um famoso escritor britânico: falem de mim, falem mal mas falem. Toda a acção de repulsa e vaias, todo o ajuntamento de pessoas em rejeição à actriz só servirá para lhe dar notoriedade, e ser falada e é disso que pessoas assim se alimentam e vivem.

           Quanto à sua evolução espiritual bem pode a senhora marchar – de preferência mesmo marchar - a pé – para a Índia e ficar por lá a ver se aprende algo porque até agora, coitada, nem com cuspo (aquilo que ela deitou na fonte)=saliva, colou qualquer aprendizagem.
                E a Rede Globo, parceira da SIC em que pé está ou fica?
           Há programas que são para gente inteligente... A actriz, até ao fingir pedir desculpas, ofende quem viu o programa e/ou o vídeo.
A baixa mediocridade imperou, dominou e foi rainha de um triste Carnaval travestido de informação e cultura. Lamentável.

Quanto a mim só há três coisas inteligentes e sensatas a fazer:

1. não ver os trabalhos em que esta actriz entre;
2. ignorar a sua presença – nem sequer para a vaiar – a ausência de público será a rejeição mais verdadeira e poderosa;
3. as diferentes estações de televisão portuguesas nunca mais a deverão convidar . Antes ignorá-la. Todas as diligências e/ou pressões que visem o seu aparecimento público devem ser recusadas não lhe dando qualquer espaço, única forma demonstrarem o repúdio palas acções desta e se solidarizarem com o país português.


Conceição Paulino

Post scriptum - este email foi também enviado para a SIC.

08 outubro 2009

queres editar um livro?

Escreves. Toda a vida escreveste. A escrita é-te necessária.
 É uma forma de comunicação de parcelas de ti, do teu olhar e sentir o mundo em busca de interlocutores. Escreves e sentes que falta algo. Falta a comunicação com os outros. Falta a interlocução, não contigo directamente, mas com o que passaste ao papel, ou ao computador. Falta-te editar. Não sabes como, tens receios e dúvidas... O 1º passo que deves ponderar é o de mandar fazer uma boa e cuidada revisão e correcção  - lembra-te que uma editora pode devolver o teu livro-a-ser por excesso de gralhas ou eventuais erros que dificultem a leitura e não permitam uma avaliação correcta do mesmo - para contigo passarmos ao 2º: encontrar a tua  futura editora. Consulta-nos. És estudante, ou tens trabalhos académicos que necessitam revisão e correcção: pós graduações, dissertações e teses. Vê os nossos curriculum's e endereços electrónicos aqui. Consulta-nos. Nós tratamos do 1º passo e apoiamos-te ao longo do processo no  2º

05 outubro 2009

a alguém que tanto nos deu. Gracias Mercedes Sosa


CLICA NO LINK E ASSISTE AO VÍDEO
http://www.youtube.com/watch?v=WyOJ-A5iv5I

MERCEDES SOSA





Morreu
E se foi o corpo.
Restará a voz
Connosco
E
Depois o
Encanto do canto
Sempre perdurará
              *
Sós nunca estaremos.
Olhos bem abertos
Sóís e luzeiros no pensamento
Assim, mais humanos nos deixa.

02 setembro 2009

3 livros meus - inéditos - como e-books

Pois é amizades.
Vive-se e escreve-se, escreve-se...

Muito vai fora, outro tanto fica sob a forma de livro, agora não na gaveta mas no computador, na pen e/no CD ou DVD.

Tanto que está por aqui parado porque não corro atrás de editores. Fi-lo, quando mais nova, e depois deixei-me disso. E há as novas tecnologias...

Pessoalmente adoro o livro em papel, manuseá-lo, cheirar a tinta, o papel e, nos mais antigos aquele cheiro indefenível de idade, do passar tempo, e o suave amarelecimento que o papel apresenta.
Mas como sou uma mulher do tempo em que vivo - não compreendo aquela frase dita por tantas e tantos: no meu tempo....
Nunca a usei.
Quando necessário sai-me naturalmente; no meu tempo de criança ou, quando era criança, ou: no meu tempo de adolescente ou jovem. Porque estou viva e este tempo é tão meu como qualquer outro já vivido - o computador é um instrumento indispensável para mim. Tudo escrevo nele, excepto quando ando na rua. E leio no computador. Muitas coisas aqui leio. Os mais jovens então nascem quase agarrados a eles. Portanto, neste meu tempo, há mais formas - os blogues são outra - de escrever e disponibilizar para leitura.

Publiquei pois 3 e-books inéditos na Bubok:

Aqui, podem encontrar o de Poesia "Haikais e Variações"





E aqui, os 2 de prosa.


1 - "As histórias são como os chapéus"





2 - O Regresso, (novela)

Conto com o vosso interesse, quer na leitura quer na divulgação.
Todo o apoio e solidariedade são e serão bem-vindos.
Bem hajam :))

24 abril 2009

35 anos do 25 de Abril de 1974


FESTEJAR É IMPORTANTE
apesar de tantos sonhos se terem desvirtuado a data continua a ser a mais importante da história recente de Portugal. a LIBERDADE floriu e continua a florir na liberdade de expressão.
_____________
Este blog hibernou, migrando, mas não podia deixar de acordar para sinalizar A data da liberdade.

20 abril 2009

Convido-vos a frequentar a minha nova casa. Ao fim de CINCO anos aqui mudei

É só escolher e navegar comigo e com todas as amizades. Ontem 100 amizades passaram pela festa e esta foi de tal monta que pouco sobrou para se ver, ou comer...

19 abril 2009

hibernei, mas também migrei. Podem encontrar-me aqui

Depois de cinco (5) anos de vida nesta achei que era chegada a hora de mudar.
Mas voltarei, de quando em vez, a matar saudades dela.
Não de vós pois lá vos espero.

12 abril 2009

a todos os caminhantes desejo

que procurem, encontrem e alimentem o melhor em si.
E sejam felizes.

03 abril 2009

No comboio descendente


No comboio descendente
Vinha tudo à gargalhada.
Uns por verem rir os outros
Os outros sem ser por nada

No comboio descendente
De Queluz à Cruz Quebrada...

No comboio descendente
Vinham todos à janela
Uns calados para os outros
Os outros a dar-lhes trela

No comboio descendente
De Cruz Quebrada a Palmela...

No comboio descendente
Vinha tudo à gargalhada.
Uns por verem rir os outros
Os outros sem ser por nada

No comboio descendente
De Queluz à Cruz Quebrada...

No comboio descendente
Mas que grande reinação!
Uns dormindo, outros com sono,
E outros nem sim nem não

No comboio descendente
De Palmela a Portimão

Fernando Pessoa

30 março 2009

hoje a Inês faz 13 anos

e como meu coração e de toda a família rejubila e canta em alegria e gratidão partilho convosco este dia.
A Inês tem um blog - apesar de parado há umas semanas.
Se quiserem passar por lá cliquem no nome dela, ou aqui e vão lá ter.

(imagem da net)

27 março 2009

vamos deixar o planeta respirar - apaguemos as luzes por 1 hora

no próximo sábado, dia 28, das 20H30 às 21H30 apaguemos todas as luzes de nossas casas. Deixemos o planeta respirar. Ganhar fôlego.

A sobrevivência de TODA a vida está nas nossa mãos

26 março 2009

Textos do 12º Jogo das 12 Palavras


Aqui deixo o texto que enviei para o 12º Jogo das 12 Palavras no Eremitério, "eu, benjamim" e um outro, inédito intitulado: "amuletos".

Lembro que uma visita ao Eremitério vos proporcionará uma leitura diversificada e vastamente rica.

O Jogo das 12 Palavras está a fazer um ano de edição. Considerando ser um projecto colectivo, não competitivo, meramente lúdico e de amor á escrita não é coisa pouca. Lembremos ainda que, pelo meio, nasceu um livro "22 OLHARES SOBRE 12 PALAVRAS" que podem adquirir solicitando-o à editora pelo email: ediumeditores@gmail.com.

~~~~~~ " " ~~~~~~
eu, benjamim

sou benjamim, filho mais novo de Jacob _ mais tarde baptizado por Deus, como Israel. dos seus doze filhos nasceram as doze tribos de Israel - ao que dizem seu filho dilecto, mas em verdade, José o era. minha mãe, Raquel, morreu ao dar-me à luz e suas últimas palavras foram o nome que queria dar-me: Ben-Oni. meu pai mudou-o para este por que respondo. nossa vida é regida pela simplicidade. o amor expressa-se em todos os nossos gestos. de uns para com os outros e para com a natureza e Deus que tudo nos dá. a verdade é um valor instilado desde o berço apreendido pelo exemplo dos mais velhos _ só pelo amor, pela verdade e pela partilha nos tornamos dignos da humanidade que o sopro divino em nós instilou. claro que o aprendizado da partilha também é uma necessidade para a sobrevivência da tribo e do clã. assim como a coragem. mas somos pacíficos. vivemos do pastoreio. eu sou pastor e tocador de flauta. alimentamo-nos de legumes e cereais, de leguminosas e do leite das cabras. com eles fazemos os queijos que duram mais tempo e colhemos os frutos que as árvores dão no tempo certo.
com estas vitualhas vivemos saudáveis e longas vidas. por vezes a dieta é enriquecida com peixes. muitos são fumados ou secos criando uma reserva para dias de carência. só em ocasiões festivas comemos carne sacrificando um ou mais animais, mas para tal lhes pedindo permissão e perdão. as nossas mulheres cuidam dos filhos _ de todos, pois todos somos uma unidade _ e confeccionam os alimentos. desde crianças aprendem a tecer os fios do linho, do cânhamo e a lã com que fazem as nossas vestes, mantos, mantas e demais panos necessários à protecção dos corpos face as intempéries. aprendemos o valor da poesia e construímos odes ao amor terreno e ao amor divino que nos criou e de tudo nos provê. o amor de uma mulher tem a leveza do beija-flor e faz florescer nossos dias quando nos enriquece com filhos. uma maldição se abateu sobre nós quando, por vinte moedas de prata, vendemos José aos ismaelitas tendo-o estes, mais tarde, vendido no Egipto, a Potifar, eunuco do faraó e chefe dos guardas. desde essa altura os cereais não medraram, os pastos secaram, assim como os poços.

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amuletos

na primeira hora, após o nascimento de Benjamim, almas perversas teceram uma maldição e preconizaram que o feitiço só se quebraria quando um amor de verdade florisse num coração coragem onde a simplicidade fosse apanágio do ser em partilha de humanidade e, reunidas fossem ainda as seguintes condições: deveria a pessoa, detentora de tal coração encontrar Benjamim quando Pan, na sua flauta, tocasse uma ode ao amor; a leveza do toque de seus lábios semelhasse a do beija-flor ao recolher, nas flores, as vitualhas que lhe são alimento.
quando tais lábios tocassem os de Benjamim a maldição desfar-se-ia. seria nada.

21 março 2009

porque hoje é o dia MUNDIAL da poesia

e apesar de ter alguma resistência aos "dias de.." - todos fazemos cedências - por achar que a poesia, como as restantes artes nos fazem ver e sentir o melhor do mundo e em nós e são portanto portadoras da alegria coloco este belo poema da grande poeta que foi, é e será Cecília Meireles:

A arte de ser feliz

Houve um tempo em que minha janela
se abria sobre uma cidade que parecia
ser feita de giz. Perto da janela havia um
pequeno jardim quase seco.
Era uma época de estiagem, de terra
esfarelada, e o jardim parecia morto.
Mas todas as manhãs vinha um pobre
com um balde e, em silêncio, ia atirando
com a mão umas gotas de água sobre
as plantas. Não era uma rega: era uma
espécie de aspersão ritual, para que o
jardim não morresse. E eu olhava para
as plantas, para o homem, para as gotas
de água que caíam de seus dedos
magros e meu coração ficava
completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o
jasmineiro em flor. Outras vezes
encontro nuvens espessas. Avisto
crianças que vão para a escola. Pardais
que pulam pelo muro. Gatos que abrem
e fecham os olhos, sonhando com
pardais. Borboletas brancas, duas a
duas, como reflectidas no espelho do ar.
Marimbondos que sempre me parecem
personagens de Lope de Vega. Às
vezes um galo canta. Às vezes um
avião passa. Tudo está certo, no seu
lugar, cumprindo o seu destino. E eu me
sinto completamente feliz.
Mas, quando falo dessas pequenas
felicidades certas, que estão diante de
cada janela, uns dizem que essas coisas
não existem, outros que só existem
diante das minhas janelas, e outros,
finalmente, que é preciso aprender a
olhar, para poder vê-las assim.

16 março 2009

CONVITE

A amiga Teresa Gonçalves, Tecas/Ísis, lança no próximo sábado,dia 21 de Março, na chegada da Primavera, o seu novo livro (contos) VIDAS EM FRAGMENTOS, pelas 21H30, no edifício da Junta de Freguesia de Vermoím [ Av. D. Manuel, 33, 1573, Maia].
Apresentação a cargo do escritor Fernando Campos Castro.
Acompanhamento musical pelo cant'autor Carlos Andrade.

26 fevereiro 2009

surpreendentes palavras

12 surpreendentes palavras
foi assim sem tirar nem por. num pé de vento fiquei a ver navios, ou Braga por um canudo. o que, sendo coisa diversa, vem a dar no mesmo. as 12 palavras são assim tão diversas e, ao mesmo tempo algumas tão semelhantes, sinónimas ou quase, que me deixaram nesta situação. que um oceano é uma vastidão ou uma vasteza de água salgada a perder de vista todos sabemos assim como sabemos que uma batida pode provocar uma oscilação sendo que a inversa também é verdadeira ou pode também provocar uma sacudidela. depende daquilo em que bate e do que está dentro ou da sensibilidade do que lá se encontra. a escolha depende da pessoa e esta é soberana podendo pois usar o termo que mais adequado achar para transmitir um sentimento ou uma emoção. assim, uma “oscilação” emocional pode fazer tremer os alicerces de alguém e essa pessoa dizer que ficou…”batida”. ou, um condutor distraído, incauto, pode dizer que deu uma “batida” quando o seu carro foi contra outro veículo. uma pessoa sovada pode usar o mesmo termo “batida” para dizer que foi sovada. se um brasileiro tomar um batido de frutas pode usar a palavra no feminino e lá vem “batida” num outro contexto. se estivermos a ouvi um fadista e este for soberbo, excepcional, ouve-se no meio dos aplausos: ahhhh tigre!
a que propósito, se o fado é coisa de país de brandos costumes e onde este felino não existe desde tempos imemoriais? isto presumindo que na evolução do planeta e das espécies, quando havia um só continente, por aqui pudesse andar. ou os seus antepassados… se o fadista for mau o melhor é recolher a penates, ou seja, a casa, e aos amorosos braço de Morfeu.
vão por mim…

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e estes ficaram - não na gaveta, mas no P.C.

Agora ofereço-os a quem os quiser ler

soberania perdida

antes era senhora
soberana de mim.
de minha vida.
um vento estranho
chegou
alterando a situação.
sentira-lhe a batida.
uma leve oscilação
a correr-me por dentro.
agora, perdida
na vasteza daquele oceano,
navio sem rumo,
qualquer sacudidela
me estremecia os alicerces
que rugiam – tigre mortalmente
ferido num deriva
sem norte. cego
morcego sem radar.

só nos sonhos – quando
nos braços de Morfeu
voltava a sentir o domínio
de meu ser.

acordar era interminável
queda por abismo
de dores.


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descobertas


lembro-me de meu padrinho sempre ter insistido comigo para o acompanhar a um jogo de futebol numa tentativa de me fazer gostar deste jogo designado por desporto-rei, que ele, com um sorriso de orgulho, denominava como o soberano de todos os jogos. um dia fiz-lhe o gosto. chegámos cedo. fomos dos primeiros a entrar no estádio. a vasteza do mesmo, á medida que enchia e se animava de gente, vozes e cor, foi bonita de ver. as bancadas cheias percorridas por frémito de emoções pareciam varridas por forte vento.

dentro do estádio uma intensa emoção, demonstrada pela constante oscilação dos adeptos fazia as bancadas semelharem engalanado navio navegando alterosas vagas de esfusiante alegria. nunca poderia imaginar uma tal situação se a não observasse.
as equipas fizeram a sua entrada e uma intensa vibração de emoções, expressa numa sacudidela percorreu a mole humana ali disposta enquanto uma onda de entusiasmo corria por todos, até a mim – mero observador – contagiando.
o árbitro deu início ao jogo e Oceano, com uma fortíssima batida pôs o esférico em acção. os jogadores em campo moviam-se a uma velocidade impensável com movimentos felinos semelhando poderosos tigres atrás da presa.
por instantes desviei os olhos do campo e, de pé, observei a multidão. sentei-me sorrindo ao pensamento de que ali Morfeu não tinha sorte. todos pareciam mais acordados, atentos e vigilantes do que alguma vez vira.

24 fevereiro 2009

máscaras?


cheguei à conclusão de que me sei nas primeiras duas imagens.
sei-me. conheço-me bem nelas.
há uma correspondência entre o meu eu interior e o que as fotos me transmitem.

assim sendo, a questão residual, ou deverei dizer final (?) - é: o que das primeiras subsiste nas últimas.
a verdade de mim para além de todas as máscaras sociais?
ao olhar de quem quiser, abaixo, duas colagens com fotos misturadas.

20 fevereiro 2009

partiste sem aviso


partiste sem aviso.

um papel
uns rabiscos
no móvel da entrada.

tudo se turvou
e em torvelinho
desapareceu.

somente: “perdoa
ficou e sobreviveu.

09 fevereiro 2009

a manhã

No passado sábado, pelas 21H30, com presença marcada no 1º f.s. de cada mês, decorreu,em Vermoim, no edifico da antiga da Junta de Freguesia de Vermoim, um encontro de poetas. Podem ver a reportagem do Zé Gomes aqui.
Infelizmente por várias razões, sendo a mais pertinente a ausência de transporte, não sou assídua. Foi a 2ª vez que pude comparecer. Mas fi-lo com gosto e grato prazer. O mote era: "manhã" e este um dos poemas que escrevi para a ocasião.

a manhã


a manhã sempre representa
um grito de vida e esperança.

grito
contido iniciado
entre o tudo e o nada
entre o alfa e o ómega
a escuridão e a luz

ao nascer a manhã
céu, mar e terra fundidos
dialogam murmurado diálogo
desde o início dos tempos
renovado

os elementos de Gaia
despertos
avaliam o humano
desempenho e…empenho
decidem a continuidade
do mundo
tal como o conhecemos
ou a total renovação
e necessária depuração

mas na manhã a compaixão
de Gaia por seus filhos
prevalece

sempre nos dá…mais um dia
mais uma esperança
mais um momento
uma respiração
um voto de confiança
um alerta expresso
no separar das águas
no respirar do ar
no incendiar do Sol
no lavado perfume
que da terra se evola
nos alimentos que
de seu maternal seio
brotam e nos oferta.

e assim a cada manhã
voto de confiança e esperança
em si contidos terra mar e céu
se separam e renovam
para que a vida aconteça
flua e nós…Acordemos.

01 fevereiro 2009

e porque brinquei muito com as 12 palavras aqui deixo + um texto

e já sabem, para lerem os textos de todos os participantes no 10º Jogo vão até ao Eremitério.
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de novo soou o ruído. um ruído nunca antes ouvido. novo e singular.
a rapariga quedou-se. atenta e alerta. de novo o barulho se fez ouvir cada vez mais forte e límpido. aumentou de intensidade. acentuou-se até anular todos os sons da casa. transformou-se num autêntico salsifré, uma cacofonia de sons emergindo do espelho de parede. riscos e cortes apareceram neste, até que estalou, caindo aos bocados.
dele saiu uma criatura escaganifobética. nem humana, nem animal. estupefacta a rapariga nem se mexeu.
a bizarra figura sacudiu-se, endireitou-se e um longo tufo de pelo dourado, aparentemente macio, no equivalente ao dorso ergueu-se em ondulante movimento.
a estranha figura viu então a estática rapariga e dirigiu-se-lhe com uma serena voz de contralto:

- assustei-te? desculpa. foi sem querer. compreendo que te pareço muito estranho. Sou uma figura mítica criada pelos gregos numa fábula de Ésopo. conheces? não? adiante…
tenho andado perdido. à deriva em mundos alternativos, mas a vida neste mundo é um bem supremo de que nunca quis abdicar pelo que, há séculos que, com paixão, procuro o caminho que me permita renascer como humano.

Eduarda, assim se chamava a rapariga, abriu a boca para falar mas só ininteligíveis sons se ouviram.

A escaganifobética figura fez-lhe uma gentil vénia, reiterou o pedido de desculpas, acrescendo:
- lamento ter-te partido o espelho, mas abençoado este seja e tu, por terem permitido libertar-me. saúdo-te e me vou. adeus e que os deuses te protejam.

por fim, num inaudível murmúrio, Eduarda conseguiu pronunciar:
- adeus. boa sorte.

28 janeiro 2009

mais textos no âmbito do 10º Jogo das 12 Palavras

São estas as 12 Palavras que nos desafiaram à escrita de textos para este Jogo. O 10º!
Podem ler os textos enviados por todos os partcipantes no Eremitério.
Entretanto oferto-vos alguns textos mais, escritos com as mesmas palavras.
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com autêntica paixão
límpido
querer
sem deriva nem
efabulação ou salsifré
o novo singular
e supremo ser vê-se a
renascer.

escaganifobética forma esta
de ser.

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oração fúnebre

amigo de longa data de Edilberto quero partilhar convosco a memória mais marcante que me deixou. afinal uma herança para todos. pura sabedoria, se atentarem nas minhas palavras.

Edilberto viveu toda a vida com paixão. sem qualquer deriva. norteado por autêntico e singular novo e límpido querer renascer na alba de cada novo dia. transformou o lema, “vive um dia de cada vez” ou “carpe diem”, em suprema sabedoria da vida. esta foi-lhe sempre um corrupio, viveu-a num autêntico salsifré, pulando de festa em festa com uma leveza de alma e de pés que dir-se-ia voar. nos olhos e no sorriso constante, nas gargalhadas algo escaganifobéticas que atirava ao ar como soltos bandos de trinadoras aves emergia todo o prazer que encontrava no acto de viver. da mesma forma ultrapassava as contrariedades, como quem, displicentemente, sacode um pouco de farinha que lhe caiu no fato, rematando sempre com as suas tão célebres, estranhas e contagiantes gargalhadas.
e se pensarem no que hoje evoco do nosso amigo e parente Edilberto verão que o seu modo de viver encerra poderosa fábula que a todos ofertou generosamente.
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Vidas às avessas

num mundo onde:


-o barulho, a sobreposição de ruídos em todos os lugares, ruas incluídas, é agudo e crónico salsifré;
- a deriva da verdade e da aplicação da lei uma constante. viver ou querer fazê-lo de forma autêntica e límpida, respeitando a singularidade da personalidade, é coisa escaganifobética, ou supremo delírio;
- a primazia do novo sobre o mais velho ou o velho, doentia paixão que leva a continuados e por isso tresloucados actos cirúrgicos procurando um impossível renascer em vez do normal crescer e… envelhecer.

será que criámos um mundo onde não há verdade, por mais poderosa, que inverta este delirante modo de vida?

21 janeiro 2009

10 janeiro 2009

reposta a desafio e convite a oito bloggers



A Girassol teve a gentileza de me convidar para um desafio que consiste em de mim dizer
coisas tais como:

a) Escrever uma lista com 8 coisas com as quais sonhe;
b) Convidar 8 bloguistas a responder ao mesmo;
c) Comentar no blog de quem partiu o desafio;
d) Comentar no blog de quem desafiamos;
e) Mencionar as regras.

e como " (...) o sonho comanda a vida aqui deixo os meus principais sonhos sonhados.
Oito sonhos (desejos adiados ou em curso) meus:


  1. que o amor sempre vença as "ervas daninhas" que, por vezes em meu humano coração começam a nascer:

  2. sejam quais forem as adversidades a força nunca me falhe e delas possa fazer degraus;

  3. que o AMOR possa ser um pleno em minha vida;

  4. que minhas filhas e neta, independentemente de minhas falhas, lembrem sempre que as amo. De forma incodicional;

  5. de forma consciente nunca fazer mal a qualquer forma de vida(fazemos sempre. Muitas vezes por ignorância e não intenção) ;

  6. Ter sempre o suficiente para viver...

  7. ...e uns extras vinham a calhar para viajar

  8. ser sempre capaz de ver a beleza nas pequenas coisas do dia a dia e nelas encontrar prazer, alegria e encantamento.

E AGORA, CUMPRINDO AS REGRAS, PASSO O TESTEMUNHO A:

02 janeiro 2009

fui desafiada e agora deixo-vos o desafio em aberto

a vida é uma sequência de tempos.
tempo de amar. tempo de rir. tempo de chorar. tempo de cantar. tempo de lavrar. tempo de crescer. tempo de criar. tempo de frutificar. tempo de rir. tempo de agir. tempo de parar....tempo de caminhar. tempo de

procurar. tempo de encontrar. tempo de perder. tempo de florir. tempo de fechar. tempo de abrir. tempo de nascer. tempo de viver. tempo de dormir. tempo....tempo de morrer. tempo de nascer.......

tempos de luz solar que dedicamos às actividades necessárias e às que escolhemos ou...conseguimos.

tempos de escuridão ou de luz lunar em que cansados retornamos ao canto nosso.à toca onde o animal que somos se recompõe com o alimento. onde sossega e cada um constrói as permutas de amor e, por fim, dorme preparando-se para mais um dia de acção.

tempos divididos em: dias - com luz; e noites - onde a luz se ausenta e nos recolhemos temendo - atávicamente ainda - o que na escuridão se pode esconder - e desta sucessão de divisões que imprimimos aos espaços de luz penumbra e escuridão fizemos os dias. construímos a sucessão de semanas, de meses, que ao totalizarem 12 completam um ano.

e, de ano em ano, as vidas escorrem deslizando em momentâneos fugazes momentos de pura alegria que nos permitimos. de cansaços e de tristezas de que não gostamos mas construímos e vivemos. incansavelmente os reconstruíndo.

e, desta forma repetitiva que nos dá segurança - criamos tradições para perpetuar os bons momentos sonhados (?) - mais uma vez o ano mudou.

há pouco o calendário - por nós feito - dizia: ano de 2008. agora marca já o dia 2 de janeiro do ano de 2009.

e se, há tempos, lancei o desafio de, com leveza de alma, fazermos acrósticos a partir da palavra NATAL - passem por lá que ainda hoje coloquei um novo da T.D - a Paula Raposo que participou entusiasticamente enviou-me um acróstico sobre o

lema ou tema: BOM ANO NOVO.
REIS


São chegados os Três Reis
à porta do lavrador
Se tem a mulher bonita
a filha é uma flor

Que cavalos são aqueles
que fazem sombra no Mar
São os três do Oriente
que a Jesus vão adorar

O menino chora, chora
porque anda descalcinho
Haja quem lhe dê as meias
que eu lhe dou os sapatinhos

Nossa Senhora lavava
e São José estendia
E o menino chorava
com o frio que fazia

Calai-vos meu menino
calai-vos meu amor
Isto são navalhinhas
que cortam sem dor

Saíram as três Marias
de noite pelo luar
Em busca do Deus menino
sem No poderem achar

Foram-No achar em Roma
vestidinho no altar
Com cálix d'oiro na mão
missa nova quer cantar

E dai-la esmola e... e dai-la esmola bem dada
Para quem, para quem vier pedir
que ela lhe, que ele lhe sirva de escada
Para quando, para quando ao céu subir

Letra e música: Popular (Redondo, Alentejo)
Cantado por Janita Salomé* e Cantadores do Redondo (in CD "Vozes do Sul: uma celebração do cante alentejano", Capella, 2000)


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Aqui os acrósticos que vão chegando.

envia o teu.

temos vontade e... muito espaço à tua espera
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Bela a penumbra
Ontem e hoje
Mar e vida.
*
As gaivotas
Não esperam
O futuro.
*
Nunca voamos
Onde vivemos
Voamos
Onde sonhamos.
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Beijo o sol a
Ocidente
Mais o da
*
Alvorada
Nascente
Olhar aberto
*
Novos são os
Olhos com que te
Vejo. novos teus
Olhos fitando-me.
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Breve o som
Ou a mágoa
Minha.
*
Antes de ser
Nada era
O mar.
*
Nada e tudo
O caminho percorrido
Volta sempre
Onde começa
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Bom dia! diz a voz
Onde quer que esteja.
Macia, sempre terna
*
Amante eterna de
Nome desconhecido.
Ouço-a nos sonhos.
*
Nunca me canso de
Ouvir tão maviosa
Voz que alegra
Os dias e as noites alumia.
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Bom ano de 2009!
Ouço num breve
Musical murmúrio
*
Alegre. em cintilantes
Notas trinadas.
Olho ao redor
*
Não vejo ninguém
Ou então a cegueira
Veio. Inesperada e
Obscura onda.
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