Recebi de amiga, o email que surge no final.
Como lhe disse em email já enviado, sei que por muito louco, por agitado, frenético, parecendo por vezes excessivo a quem de fora o olha, como a tudo o que de fora é visto, no Carnaval carioca cada escola tem como que um guião segundo o qual constrói toda a encenação, fatos, letras e músicas. Também sei que muitas vezes factos e ou problemas sócio-políticos, históricos ou actuais, são abordados, mas são-no sempre numa lógica de análise-crítica e pedagógica.
Por deter esta informação que me parecia correcta resolvi perguntar a amigos do Brasil e o Manoel Carlos, homem culto, e humanista de todos os costados que conseguirmos imaginar, teve a gentileza de me enviar de imediato o esclarecimento que deixo abaixo para evitar que vocês caiam no logro de abaixos assinados ou votações em matérias sobre as quais estamos mal informados ou...desinformados.
«Os desfiles de escolas de samba do Rio são verdadeiras óperas. A escravidão, por exemplo, é tema recorrente, em muitos carnavais o sofrimento dos escravos negros foi representado em carros alegóricos.A escola que apresentaria o carro alegórico sobre o holocausto tem como temacentral o "arrepio". No Brasil, a expressão arrepiante é definida em dicionárioscomo "que arrepia, provoca arrepios; assustador, terrível, pavoroso, arrepiador".Portanto, no contexto, o holocausto seria apresentado como algo terrível.A Federação Israelita tentou um acordo com o carnavalesco para que o carrosaísse com uma faixa com dizeres propostos pela federação, mas o carnavalesco (responsável pelo desfile, que tem papel equivalente aos papéis desempenhados por diretor, produtor e cenógrafo de uma ópera) recusou, pois considerou ingerência indevida em seu trabalho. E disse que "carnaval não é feito apenas de bundas à mostra e rebolados, se fosse uma ópera, uma peça de teatro, ou um filme, a federação não impediria a apresentação de imagens do holocausto".Em momento algum o carnavalesco pretendeu debochar, mas mostrar o holocausto como algo terrível, pavoroso, arrepiante. Como eu disse antes, o tema do desfile da escola é o arrepio.É isto.»
Como lhe disse em email já enviado, sei que por muito louco, por agitado, frenético, parecendo por vezes excessivo a quem de fora o olha, como a tudo o que de fora é visto, no Carnaval carioca cada escola tem como que um guião segundo o qual constrói toda a encenação, fatos, letras e músicas. Também sei que muitas vezes factos e ou problemas sócio-políticos, históricos ou actuais, são abordados, mas são-no sempre numa lógica de análise-crítica e pedagógica.
Por deter esta informação que me parecia correcta resolvi perguntar a amigos do Brasil e o Manoel Carlos, homem culto, e humanista de todos os costados que conseguirmos imaginar, teve a gentileza de me enviar de imediato o esclarecimento que deixo abaixo para evitar que vocês caiam no logro de abaixos assinados ou votações em matérias sobre as quais estamos mal informados ou...desinformados.
«Os desfiles de escolas de samba do Rio são verdadeiras óperas. A escravidão, por exemplo, é tema recorrente, em muitos carnavais o sofrimento dos escravos negros foi representado em carros alegóricos.A escola que apresentaria o carro alegórico sobre o holocausto tem como temacentral o "arrepio". No Brasil, a expressão arrepiante é definida em dicionárioscomo "que arrepia, provoca arrepios; assustador, terrível, pavoroso, arrepiador".Portanto, no contexto, o holocausto seria apresentado como algo terrível.A Federação Israelita tentou um acordo com o carnavalesco para que o carrosaísse com uma faixa com dizeres propostos pela federação, mas o carnavalesco (responsável pelo desfile, que tem papel equivalente aos papéis desempenhados por diretor, produtor e cenógrafo de uma ópera) recusou, pois considerou ingerência indevida em seu trabalho. E disse que "carnaval não é feito apenas de bundas à mostra e rebolados, se fosse uma ópera, uma peça de teatro, ou um filme, a federação não impediria a apresentação de imagens do holocausto".Em momento algum o carnavalesco pretendeu debochar, mas mostrar o holocausto como algo terrível, pavoroso, arrepiante. Como eu disse antes, o tema do desfile da escola é o arrepio.É isto.»
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Entretanto recebi do meu mui "crido amigo Francisco", o outro brasileiro a quem pedi esclarecimento, homem de cultura, bom senso e verticalidade, um email do qual aqui coloco um excerto por acrescentar informação:
«(...) uma juíza proibiu a apresentação do enredo dessa escola de samba. Pelo que senti, o que chocou mais os judeus daqui foi a presença de Hitler no desfile. Não concordo nem com o protesto, nem com a sentença. Isso vai contra a liberdade de expressão. Mas é uma atitude que já nem devia nos surpreender, principalmente em pessoas da nossa faixa etária, habituada com a presença sempre atenta da censura. Mesmo em governos ditos democráticos. Não me esqueço que aqui no Brasil, pouco depois da saída dos militares do poder, o filme de Godard, “Je Vous Salue, Marie”, foi probido. Aí a grita foi da Igreja Católica.(...)»
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«Por favor, amados amigos - isto aí NÃO É liberdade de expressão - vc gostaria que se fizessem um carro alegórico com a morte de seus pais???Vão dançar samba sobre a desgraça de um povo inteiro??? Por favor VOTEM NÃO!!! O jornal carioca O Dia está fazendo pesquisa na internet para saber seo carro do holocausto deveria participar do desfile da escola de sambaou não. O sim está ganhando. Vamos votar não.
Mande para os amigos...urgente antes que tirem a pesquisa do ar endereço…»
2 comentários:
Querida Tmara
Não vejo mal nisso. Também a miséria, a fome e a opressão são tema, porque não o holocausto?
um beijo
Daniel
Olá
Passei para espreitar as novidades.
Desejos de bom fim de semana.
Beijos
Paula
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