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26 fevereiro 2009

surpreendentes palavras

12 surpreendentes palavras
foi assim sem tirar nem por. num pé de vento fiquei a ver navios, ou Braga por um canudo. o que, sendo coisa diversa, vem a dar no mesmo. as 12 palavras são assim tão diversas e, ao mesmo tempo algumas tão semelhantes, sinónimas ou quase, que me deixaram nesta situação. que um oceano é uma vastidão ou uma vasteza de água salgada a perder de vista todos sabemos assim como sabemos que uma batida pode provocar uma oscilação sendo que a inversa também é verdadeira ou pode também provocar uma sacudidela. depende daquilo em que bate e do que está dentro ou da sensibilidade do que lá se encontra. a escolha depende da pessoa e esta é soberana podendo pois usar o termo que mais adequado achar para transmitir um sentimento ou uma emoção. assim, uma “oscilação” emocional pode fazer tremer os alicerces de alguém e essa pessoa dizer que ficou…”batida”. ou, um condutor distraído, incauto, pode dizer que deu uma “batida” quando o seu carro foi contra outro veículo. uma pessoa sovada pode usar o mesmo termo “batida” para dizer que foi sovada. se um brasileiro tomar um batido de frutas pode usar a palavra no feminino e lá vem “batida” num outro contexto. se estivermos a ouvi um fadista e este for soberbo, excepcional, ouve-se no meio dos aplausos: ahhhh tigre!
a que propósito, se o fado é coisa de país de brandos costumes e onde este felino não existe desde tempos imemoriais? isto presumindo que na evolução do planeta e das espécies, quando havia um só continente, por aqui pudesse andar. ou os seus antepassados… se o fadista for mau o melhor é recolher a penates, ou seja, a casa, e aos amorosos braço de Morfeu.
vão por mim…

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e estes ficaram - não na gaveta, mas no P.C.

Agora ofereço-os a quem os quiser ler

soberania perdida

antes era senhora
soberana de mim.
de minha vida.
um vento estranho
chegou
alterando a situação.
sentira-lhe a batida.
uma leve oscilação
a correr-me por dentro.
agora, perdida
na vasteza daquele oceano,
navio sem rumo,
qualquer sacudidela
me estremecia os alicerces
que rugiam – tigre mortalmente
ferido num deriva
sem norte. cego
morcego sem radar.

só nos sonhos – quando
nos braços de Morfeu
voltava a sentir o domínio
de meu ser.

acordar era interminável
queda por abismo
de dores.


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descobertas


lembro-me de meu padrinho sempre ter insistido comigo para o acompanhar a um jogo de futebol numa tentativa de me fazer gostar deste jogo designado por desporto-rei, que ele, com um sorriso de orgulho, denominava como o soberano de todos os jogos. um dia fiz-lhe o gosto. chegámos cedo. fomos dos primeiros a entrar no estádio. a vasteza do mesmo, á medida que enchia e se animava de gente, vozes e cor, foi bonita de ver. as bancadas cheias percorridas por frémito de emoções pareciam varridas por forte vento.

dentro do estádio uma intensa emoção, demonstrada pela constante oscilação dos adeptos fazia as bancadas semelharem engalanado navio navegando alterosas vagas de esfusiante alegria. nunca poderia imaginar uma tal situação se a não observasse.
as equipas fizeram a sua entrada e uma intensa vibração de emoções, expressa numa sacudidela percorreu a mole humana ali disposta enquanto uma onda de entusiasmo corria por todos, até a mim – mero observador – contagiando.
o árbitro deu início ao jogo e Oceano, com uma fortíssima batida pôs o esférico em acção. os jogadores em campo moviam-se a uma velocidade impensável com movimentos felinos semelhando poderosos tigres atrás da presa.
por instantes desviei os olhos do campo e, de pé, observei a multidão. sentei-me sorrindo ao pensamento de que ali Morfeu não tinha sorte. todos pareciam mais acordados, atentos e vigilantes do que alguma vez vira.