28 novembro 2009

triste faduncho derivativo e desnorte


A economia pretende ser uma ciência. Tem objecto, método e tudo o mais que necessário é considerado. Estriba-se na mais pura das ciências exactas: a matemática. Construíu premissas sobre as quais toda ela assenta. Criou o homo ecoenomicus e mais umas ficções a que as poderosas máquinas de marketing ajudaram a dar corpo. Criaram necessidades que agora nos parecem básicas no estilo de vida denominado ocidental no qual e do qual há cada vez mais excluídos porque os rendimentos que auferem com a força do seu trabalho assim os mantém. Excluídos lutando por assegurar a mera sobrevivência. Tudo em nome da economia, coisa abstracta que devendo gerar riqueza distributiva, se centra mais e mais na mão de uns quantos que exploram, cada vez mais, a força de trabalhos de todos os outros; que, em nome da economia, fecham portas, os despedem, pagam salários vergonhosos sancionados pelas leis e por eminências pardas que vivem numa irrealidade em que tudo são abstracções, números e percentagens onde as pessoas não entram, não têm lugar nem visibilidade e são despidas de qualquer importância. Meras abstracções.

Em nome da economia são pedidos esforços sempre aos mesmos. Os que vendem a força do seu trabalho.
Em contrapartida são dados benefícios – fiscais e outros saídos do erário público - sempre aos mesmos – empresas e empresários.

E Portugal deriva.
   • No final de 2008 a dívida portuguesa atingiu os 108%;
   • 548 mil pessoas (9,8% da população activa) encontra-se no desemprego;
  • 150 mil pessoas já não procuram trabalho nos circuitos institucionais. Ou estão subempregados ou procuram negócios via Internet;
  • Nas obras públicas a derrapagem em duas frentes continua a existir e a crescer. Assim, segundo o Tribunal de Contas, as obras públicas derraparam entre 25% e 29,5%. A nível de prazos – dilatação dos mesmos – a derrapagem varia entre 1,4 a 1,6 anos para além do contratado e previsto;
  • Num período de crise mundial como o que temos vivido desde há cerca de um ano os cinco (5) maiores bancos a operarem em Portugal – Caixa Geral de Depósitos; BES; BCP; BPI e Santander - nos três(3) primeiros meses de 2009 (crise mundial aguda) somaram um lucro de 533 milhões de euros.

Fonte: J.N (Jornal de Notícias) 2009.11.20

2 comentários:

Daniel Aladiah disse...

Querida Tmara
Desculpa, mas muito do que aqui é dito mereceria uma reflexão séria e científica, pois muitas das afirmações são senso comum e estão erradas. Exemplos: o marketing não queria necessidades; a economia não é uma ciência exacta; mas é verdade que quem tudo paga são sempre os mesmos, os da classe média, pois os ricos fogem e os pobres estão isentos.
Um beijo
Daniel

Conceição Paulino disse...

Daniel, obrigada pelo comentário e reparos. Claro que a anáise se situa na base do senso comum enquanto cidadã comum. Não afirmo queaeconomia seja umaci~encia exacta. Afirmo ou pretendo dizer k ela, através dos seus agentes - economistas - pretende fazer crer k assim é. E daí tmb, nos mídia, um discurso smp hermético de que o cidaão comum nada "pesca" a não ser k a coisa está preta e está sempre preta. Quanto à referência ao marketing admito que não terá sido feliz. Mas pensei publicidade e marketing e meti tudo num único saco. A publicidade visa criar a apetência, a necessidade,levar à aquisição por impulso é o seu objectivo máximo.
Claro k a responsabilidade final é das políticas que se desenvolvem dentro de um determinado modelo de mercado, mas diz-me: ao serviço de quem e de quê estão publicidade e marketing?
Se tiveres disponibilidade acrescenta informa clarifica pois para mim sei k será bom e eventualmente para 3ºs k por cá passem e se importem. Pq é necessário k nos importemos para poder reverter o k que quer k seja.
Bom domingo. Bjs e;))